03 set, 2016 - 23:59
O ex-líder do CDS Paulo Portas afirma que não é uma "atribuição de Portugal explicar aos angolanos como é que eles devem ser angolanos", defendendo que "esse tempo passou quando o império caiu".
Juntamente com o socialista António Vitorino, Paulo Portas participou na Escola de Quadros do CDS, que decorre até domingo em Peniche, no jantar conferência sobre "Desafios de Portugal no presente contexto internacional", onde começou por assegurar que as opiniões que ia expressar seriam "apenas e só sobre política externa".
O antigo vice-primeiro-ministro realçou que há "em Angola mais de 100 mil portugueses, duas mil empresas nacionais e cerca de 10 mil empresas a exportar" e por isso dá razão à escola diplomática que entende que a missão do Estado português é defender os interesses de Portugal e "não têm razão os que acham que é uma atribuição de Portugal explicar aos angolanos como é que eles devem ser angolanos".
"Esse tempo passou quando o império caiu", disse, avisando que se Portugal não assumir a sua posição em termos económicos outros países vão tomar essa parte.
Portas foi peremptório: "quem sabe o futuro dos angolanos, são os angolanos. Respeitemos isso".
A meio de Agosto, Paulo Portas esteve a título pessoal no congresso do MPLA, em Luanda, no qual as declarações do deputado do CDS Hélder Amaral sobre uma maior proximidade entre os dois partidos, que têm agora "muitos mais pontos em comum", motivaram críticas de membros do partido.
Na altura, o antigo líder centrista desvalorizou esta a polémica e explicou que o seu plano é o "das relações do Estado português".
Com a excepção do Bloco de Esquerda, Os Verdes e PAN, todos os restantes partidos com assento parlamentar enviaram delegações ao congresso do MPLA.