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Vai ser necessário um Orçamento rectificativo por causa da Caixa, diz Centeno

24 ago, 2016 - 19:13

Redução do número de trabalhadores do banco estatal será feito através de rescisões amigáveis e reformas antecipadas, disse o ministro das Finanças.

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A recapitalização da Caixa Geral de Depósitos (CGD) deverá realizar-se este ano e vai obrigar a um Orçamento Rectificativo, anunciou esta quarta-feira o ministro das Finanças.

"A concretizar-se este ano o aumento de capital vai ser necessário um Orçamento Rectificativo para acomodar esta injecção de capital. A expectativa não é que ela passe para o ano que vem. Temos expectativa que seja feita este ano. A data do Orçamento Rectificativo está condicionada pelo processo de aumento de capital. Não tenho nenhuma data que possa dar em termos exactos", disse Mário Centeno, em conferência de imprensa.

A injecção de capital do Estado na CGD não entra para as contas do défice, mas terá de ser financiada através de dívda pública, o que implica um Rectificativo.

O ministro das Finanças convocou os jornalistas para explicar o plano de recapitalização da Caixa acordado com a Comissão Europeia. Mário Centeno fala num "acordo inovador na Europa" e destaca o facto de a operação não ser considerada uma ajuda de Estado por Bruxelas.

O governante explica que o valor exacto necessário para a reestruturação da Caixa será conhecido após a realização de uma auditoria externa, mas adianta que o acordo com Bruxela prevê um limite de 5,16 mil milhões de euros.

"O Estado português está autorizado a realizar um aumento de capital até 2,7 mil milhões de euros, bem como a transferir as acções da ParCaixa para a CGD, no valor de 500 milhões de euros, e converter em acções os 960 milhões de euros de instrumentos de capital contingentes, também designados 'CoCos', perfazendo um total de 4,16 mil milhões de euros. A Caixa emitirá ainda um instrumento de divida com elevado grau de subordinação, no valor de mil milhões de euros."

"Caixa 100% pública"

Mário Centeno garante que o "envelope de recapitalização acordado mantém a Caixa Geral de Depósitos 100% pública" porque a emissão de dívida a ser adquirida por investidores privados não é convertível em acções.

O plano para a Caixa implica uma redução do número de trabalhadores, mas o ministro não disse quantos. Garantiu que não haverá despedimentos e que essa redução será feita através de rescisões amigáveis e reformas antecipadas.

O plano de reestruturação prevê uma forte aposta na tecnologia e na digitalização, salientou.

Mário Centeno defende que a imagem do banco estatal não sai fragilizada de todo este processo de reestruturação e de aprovação da nova administração, que dura há vários meses.

"Não estaria tão preocupado. A Caixa tinha, sempre teve e tem hoje um plano de reestruturação que está em curso, a administração tem plenos poderes para o realizar. Não creio que essa descrição [de fragilidade] corresponda à imagem que os portugueses têm da Caixa", declarou.

A nova administração da CGD, liderada por António Domingues. vai tomar posse a 31 de Agosto, disse Mário Centeno, que defende uma alteração à legislação de contratação de administradores.

O ministro indicou que a nova administração vai ter até 17 administradores executivos e considera que o número de administrações não-executivos terá de ser superior.

Comentários
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  • viva o xuxialismo!
    25 ago, 2016 Santarém 22:46
    Depois de meses com tanta comédia com a CGD vão necessitar de mais de cinco mil milhões de euros para a manterem de pé por mais algum tempo, mais reduzida em funcionários e balcões e maior em administradores tudo bem ao gosto socialista, depois afirmam que todo este dinheiro não entrará para as contas do défice mas que será financiada através da dívida pública o que obrigará a um orçamento rectificativo, afinal onde está a diferença e quem irá pagar a incompetência da administração de um Banco e de um governo que lhe dá aval, o zé povinho como de costume e depois vêm-nos com estas explicações como se fossemos todos parolos.
  • Jose
    25 ago, 2016 Oeiras 15:09
    "Mário Centeno defende que a imagem do banco estatal não sai fragilizada", mais do que já está é impossível Diz que a CGD tinha e sempre teve e tem hoje um plano de reestruturação, viu-se este anos todos, foi só a afundar, com o Banco de Portugal e o governo a assistir e a não fazer nada. É uma vergonha.
  • Dimas Silva
    25 ago, 2016 Rogil 10:56
    Mais uma prendinha da PAF para o zé pagar.
  • Carlos Mendes
    25 ago, 2016 Sintra 09:36
    Os trabalhadores são sempre os culpados. Mas colocarem lá os amigos administradores, e ainda aumentarem o tecto salarial para estes senhores, em tempo de crise, tenham dó. Nacionalizem a CGD uma vez que vão injectar tanto dinheiro. Isto dos bancos nunca mais tem fim. Estes senhores ou até mesmo os anteriores, vão para o governo para nos desgovernarem e governarem-se a eles. Por amor de Deus, alguém pegue nas rédeas, mas com seriedade e transparência. Não é o povo que tem de pagar os erros dos amigos dos amigos..
  • Bregonis
    25 ago, 2016 Sandim 08:52
    Obrigado a Sócrates e companhia (entre eles o grande, majestoso, omnipresente e omnipotente, grandioso e muito honesto político de todos os tempos, o glorioso António Costa), por teres deixado tantos esqueletos à PAF. Ė triste e revoltante ver uma grande cambada do povo a acreditar nesta geringonça, um governo que por usurpação, apoderando do poder em nome de um suposto ideal de salvação (mas salvação de que, se já estávamos a ser-lo, melhor do que estes estão a fazer), com um governo formado na assembleia e não nas urnas, com uma coligação, da qual o povo não tinha conhecimento (ao contrário da PAF). Vão despedir 2500 pessoas da CGD e contratar tantos administradores? Mas para que? Não compreendo. Onde está o BE a fazer revolta disto. Onde está o PCP a marcar greves. Se fosse Passos Coelho a governar agora e s fazer isto, será que o BE e PCP estariam tão tranquilos como agora estão? O que mais me revolta é que uma grande cambada do povo acredita neste que infelizmente agora nos governa e não conseguem ver a enorme hipocrisia atrás de tudo isto?
  • Dias
    25 ago, 2016 Lx 01:29
    Afinal nós o ZÉ pensávamos que o MF Centeno nos ia dizer que tinham recuperado os milhões que os bandidos que estiveram na CGD durante anos roubaram (em proveito próprio e dos partidos a que pertenciam) a fazer negócios ruinosos para o Estado, mas afinal nada, veio com uma conversa sobre engenheiria -financeira e a dizer-nos que vamos pagar muito mais pela CGD a juntar ao BES, BANIF, BPN, BPP e que mais por ai virá, o curioso é que os bandidos responsáveis destas situações andam por ai, desviaram o dinheiro para familiares (que se dão ao luxo de ainda andarem em disputas judiciais pelo dinheiro de nós todos) e outros e o ZÉ paga, para quando a justiça sai do garrote dos políticos e do capital é que nem uns nem outros têm o mínimo de carácter, mas o ZÉ espera uma postura diferente da justiça.
  • rui guedes
    25 ago, 2016 faro 00:41
    Obrigadinho PAF por mais um esqueleto no armario
  • Jorge
    25 ago, 2016 Porto 00:24
    Devagar devagarinho este governo vai nos levar a um beco sem saída......a Festa da Esquerda está quase a acabar
  • muitos mais
    24 ago, 2016 lx 23:58
    ao Jose Rodrigues... Não deve só agradecer ao Passos...deve de agradecer tambem ao PS que coloca na administração da caixa tipos como Armando Vara, assim como a obstinação sabe lá por quê...))))) da nacionalização do BPN e seus custos suportados pela CGD..Agradeça tambem ao Vitor Constâncio e ao actual governador. Agradeça ao novo governo que tambem quer colocar na mesma administração gente que nada percebe da banca e que devem auferir vencimentos astronómicos quando a instituição está nestas condições. Jose tem muita gente a quem agradecer, não fique só por um
  • Ernesto
    24 ago, 2016 esmoriz 23:43
    Desculpa à socialista, a culpa é sempre dos outros.

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