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Há duas mil acusações de abusos a refugiados na Austrália. Ministro diz que é tudo mentira

11 ago, 2016 - 10:18

Incidentes, que foram reportados nos últimos dois anos, incluem abuso sexual a menores e mulheres. Em Nauru estão 500 pessoas.

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Depois de um jornal ter publicado documentos que reportam a existência de duas mil queixas de abusos a refugiados no centro de detenção Nauru, na Austrália, o ministro da Imigração veio negar estas acusações e afirmou que se trata de mentiras.

Os incidentes, que foram reportados nos últimos dois anos, incluem abuso sexual a menores e mulheres. Mais de metade envolve crianças, segundo escreveu o 'Guardian Australia'.

O ministro Peter Dutton disse já esta quinta-feira que os refugiados em busca de asilo estão a mentir em relação aos abusos sexuais e repetiu o ataque que já tinha feito há alguns meses, avançando que os advogados dos refugiados estão a aliciá-los para que se mutilem, se imolem, ou disparem contra si próprios.

“Estou a par de que têm havido alguns incidentes reportados de falsas alegações de abuso sexual, porque as pessoas pagaram a traficantes de pessoas para virem para o nosso país”, avançou Dutton.

Os australianos têm mantido uma linha dura na política para os refugiados, sendo que os migrantes que tentam entrar no país e são apanhados, são levados para os vários campos de detenção entretanto criados. Em Nauru estão 500 pessoas. A todos é dito que nunca ficarão na Austrália.

As condições precárias e as notícias de sistemáticos abusos a crianças nestes campos têm levado a um coro de criticas a nível interno e da comunidade internacional. No entanto, Camberra já disse que vai manter a mesma linha política nesta matéria.

Os advogados dos refugiados dizem ser urgente acabar com os campos de detenção na Austrália, e que os refugiados em busca de asilo devem ter cuidados médicos e psicológicos.

Hayley Ballinger, que trabalhou na protecção das crianças que estão no campo de Nauru, entre 2014 e 2015, diz que é um “insulto enorme” dizer que os refugiados estão a mentir, afirmando que os abusos estão vastamente documentados.

“Todos os relatos falam por si próprios. Tenho a certeza de que as pessoas não estão a mentir. Isto aconteceu. Nós testemunhá-mo-lo”, disse Ballinger à agência Reuters.

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