27 jul, 2016 - 10:16
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Os representantes das diferentes religiões em França pediram esta quarta-feira a François Hollande que os locais de cultos sejam "alvo de uma maior atenção" por parte das autoridades em matéria de segurança, disse o líder da mesquita de Paris.
"Lamentamos profundamente o sucedido, uns e outros, que os nossos locais de culto (judeus, cristãos, muçulmanos) sejam alvo de uma maior atenção (de segurança), atenção sustentada, pois até o mais humilde local de culto pode ser alvo de agressão", disse Dalil Boubaker, após uma reunião na presidência francesa, um dia após a morte de um padre numa pequena igreja no nordeste da França.
Na mesma ocasião, o arcebispo de Paris lembrou que as relações harmoniosas que existem entre as diferentes religiões, em França, são um recurso importante para a coesão da sociedade. “Quer isto dizer que não podemos ser arrastados para o jogo político do Estado Islâmico (IE) que quer virar irmãos uns contra os outros”.
“O momento da verdade que vivemos é saber em que Deus acreditamos. Cremos num Deus de morte ou num Deus de vida? Cremos que Deus se deleita com a morte e recompensa aqueles que matam? Ou será que acreditamos num Deus que quer fazer viver o Homem e apoia aqueles que lutam pela vida humana?”, questionou o cardeal Vingt-Trois.
Dois homens atacaram terça-feira, pelas 9h45 (8h45 em Lisboa), a igreja de Saint-Etienne-du-Rouvray, na Normandia. Um padre, que estava entre os reféns, foi degolado pelos sequestradores, que foram posteriormente abatidos por uma unidade de intervenção policial.
Os autores do ataque reivindicaram a sua ligação ao grupo extremista Estado Islâmico.
Um dos homens que atacou a igreja no norte de França chamava-se Adel Kermiche, tinha 19 anos e estava sob vigilância das autoridades depois de ter tentado viajar duas vezes para a Síria.
Numa breve comunicação televisiva na terça-feira depois do ataque, François Hollande, reafirmou que "a ameaça terrorista contra França e a Europa nunca esteve tão alta". "Esta guerra vai ser longa. O nosso objectivo final é a nossa democracia", disse o Presidente, sublinhando que França vai ganhar a guerra contra o ódio e o fanatismo.
Em 18 meses, a França foi atingida três vezes por atentados sem precedentes: 17 mortos em Janeiro de 2015, 130 mortos a 13 de Novembro e 84 mortos a 14 de Julho, em Nice.