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Presidente turco admite voltar à pena de morte e pede ao povo que se mantenha nas ruas até sexta-feira

17 jul, 2016 - 17:53

"Não podemos ignorar esta exigência", disse Erdogan perante os gritos da multidão que pedia o regresso da pena de morte.

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O Presidente turco, Tayyip Erdogan, afirmou este domingo que não pode atrasar a aplicação da pena capital para punir os revoltosos que na sexta-feira à noite tentaram realizar um golpe de estado no país. Falando para uma multidão que se concentrou junto à casa do governante, Erdogan disse ainda que vai discutir com os partidos da oposição a re-introdução da pena de morte.

"Não podemos ignorar esta exigência", disse Erdogan perante os gritos da multidão que pedia o regresso da pena de morte.

A Turquia aboliu a pena capital em 2004 para ir ao encontro aos critérios da União Europeia, a pensar numa eventual futura adesão.

Erdogan apelou também aos populares para que se mantenham até sexta-feira nas ruas e praças públicas em protesto contra o golpe de estado, admitindo que a ameaça contra si ainda não está totalmente eliminada.

Golpe de estado faz 290 mortos

A diplomacia turca actualizou, entretanto, o número de vítimas na sequência da tentativa de golpe de estado. Pelo menos 290 pessoas morreram, na passada sexta-feira, na Turquia, anunciou o ministro dos Negócios Estrangeiros turco.

"Mais de 100 conspiradores golpistas morreram. As operações continuam. Infelizmente, mais de 190 dos nossos cidadãos encontraram a morte", lê-se na nota, enviada aos jornalistas estrangeiros acreditados na Turquia.

O comunicado refere ainda que há mais de 1.400 feridos e que mais de 6.000 pessoas foram detidas "até agora, em operações contra o grupo terrorista", em referência aos autores do golpe.

"A tentativa de golpe foi realizada, obviamente, pela Organização Terrorista Fethullah Gülen" (FETO), assegura a nota, utilizando a designação com que o Ministério Público se refere, desde o ano passado, à rede de seguidores do imã islamita Fethullah Gülen, exilado nos Estados Unidos.

Gülen, antigo aliado do Governo turco, transformado entretanto em adversário, negou qualquer implicação nos acontecimentos. Não se conhecem discursos nem actos violentos aos seguidores de Gülen.

"O golpe falhado é o mais recente ato criminoso que revela o perigo que representa a FETO", considera o comunicado dos Negócios Estrangeiros, que destaca o papel dos cidadãos, mas também o "papel chave" dos meios de comunicação para o fracasso do golpe.

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  • João
    17 jul, 2016 Lisboa 23:13
    Um perfeito canalha, engendrou o golpe e agora expande o seu poder! Que cara de pau! Tipos como este, só largam o poder à custa de muito sangue inocente!
  • Tiago Silva
    17 jul, 2016 Guimarães 22:58
    A união europeia é a culpada disto tudo bem fizeram os ingleses ao saírem estes terroristas só fazem isto porque pertencem a essa união que é pior que um golpe de estado não abram os olhos não que tristeza
  • Sérgio Sodré
    17 jul, 2016 Carcavelos 21:01
    Pena de Morte? Bem, já haverá uma justificação indesmentível para que a Turquia não possa entrar na U.E. Era preciso uma boa desculpa... Já cá canta!
  • Maria
    17 jul, 2016 Berlim 20:37
    Um Presidente normal, pede ao Povo para ficar em casa...Este pede ao povo para ficar na rua! se não fosse tragico, seria comico! O Povo a fazer de escudo para o defender e esconder, tztztz...regresso a Pena de morte? ja o estão a fazer...o Povo a mando do seu Chefe lincha os soldados filhos do povo , na via publica!!! E Bruxelas ainda reconsidera se esta Turquia deve entrar na UE??? Uma vergonha ás portas da Europa!
  • Madala
    17 jul, 2016 Évora 20:36
    Vergonhoso! Está-se a aproveitar da situação para limpar o sebo à oposição e, como toda a gente sabe, criar um estado islâmico. Admira-me que a UE queira aceitar este país, com uma ideologia e maneira de ser totalmente diferente da europeia, como estado membro. Ele que diz que mulheres que não têm filhos não prestam ...
  • Nuno
    17 jul, 2016 Lisboa 20:28
    Faz-me um certa confusão este jornalismo que teima em não saber escrever e, em vez de bom exemplo, passa a mau, tais são os erros básicos. Sr. Jornalista, no parágrafo quarto, onde se lê: "...para ir de encontro aos critérios..." Deve ler-se para ir AO encontro dos critérios. O sentido é o de convergência, ao encontro de e não de divergência, choque, de encontro a.
  • Joca
    17 jul, 2016 Terra 20:10
    Um bom crápula este Erdogan. Se o golpe foi mesmo genuíno, a primeira coisa que deveriam ter feito era ter prendido este gangster. Como se vê, ele e os seus capangas vão assaltar o poder por inteiro.
  • paulo
    17 jul, 2016 vfxira 20:07
    Pena de morte...para um país que se quer integrar na UE,não há dúvida que esta UE tem muito a mudar.
  • Gonçalo
    17 jul, 2016 de Matos 18:58
    Relativamente ao comentário enviado anteriormente, o reparo não é feito naturalmente ao "Expresso", mas sim à "Renascença", que é igualmente um canal noticioso de referência em Portugal. Mesmo que não publiquem o comentário, por favor corrijam o erro e de futuro tenham em atenção o português, que eu procurarei igualmente ser menos distraído em relação ao alvo dos meus reparos ;). Obrigado!
  • Gonçalo
    17 jul, 2016 de Matos 18:51
    Senhores do Expresso, cuidado com o português: " A Turquia aboliu a pena capital para ir DE ENCONTRO aos critérios da União europeia (...)". Ir "de encontro" significa "ir contra". O que os senhores queriam dizer era "A Turquia aboliu a pena capital para ir AO ENCONTRO (...). Este é um erro recorrente na imprensa, mas do Expresso esperam-se outros critérios de qualidade! Obrigado

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