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Doping na Rússia. Presidente do Comité Olímpico Português prevê "consequências incalculáveis"

18 jul, 2016 - 18:15 • Henrique Cunha

Afastamento da Rússia do Jogos do Rio é possível, diz José Manuel Constantino. Relatório da Agência Mundial Antidoping acusa governo russo de sustentar rede de doping organizada.

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O presidente do Comité Olímpico considera possível o afastamento da Rússia do Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.

José Manuel Constantino sustenta que o relatório da Agência Mundial Antidoping (AMA), realizado independentemente pelo advogado canadiano Richard McLaren, tem uma dimensão e amplitude que envolve todas as modalidades desportivas. O documento garante que o governo russo dirigiu um programa de dopagem, com participação activa do ministro dos Desportos e dos serviços secretos.

Para o presidente do Comité Olímpico Português, José Manuel Constantino, estamos perante graves acusações que podem levar ao afastamento russo das olimpíadas.

“É possível. Vamos ver qual é a reacção do Comité Olímpico Internacional às conclusões que o relatório apresenta, porque são de uma dimensão e de uma amplitude que já não se focalizam apenas numa modalidade desportiva, mas aparentemente em todas as modalidades desportivas, ao sustentar que havia uma posição oficial do Estado relativamente a esta matéria e que havia uma intencionalidade clara de dopagem dos atletas e de encontrar meios de ludibriar o controlo sobre a dopagem", afirmou.

"A ser verdade esta situação, estamos perante uma situação de consequências incalculáveis para todo o desporto russo”, declarou o dirigente.

José Manuel Constantino não espera ser chamado a pronunciar-se sobre este caso e diz que será o Comité Olímpico Internacional a decidir o que fazer face aos resultados do relatório. “Aparentemente, é algo em que será ouvido e discutido pelas instâncias internacionais, particularmente pelo Comité Olímpico Internacional, que apreciará o relatório em causa e adoptará os procedimentos que entender adequados face ao desenvolvimentos que estão patentes no relatório”.

O presidente do Comité Olímpico acredita que este tipo de notícias não favorece o desporto olímpico, contudo, tem os seus benefícios. “Não ajuda, não favorece, mas ao mesmo tempo temos de olhar para isto como uma medida importante de proteger os atletas que estão limpos. E que naturalmente competiram e competiriam em situação de desigualdade com aqueles outros que utilizavam meios proibidos por lei”, observou.

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