14 jul, 2016 - 08:11
O primeiro-ministro e líder do PS, António Costa, afirmou na quarta-feira que está cada vez mais convencido de que o Pacto Orçamental limita o crescimento da União Europeia e defendeu novas políticas na Europa.
"Cada vez tenho menos dúvidas de que, com a prossecução desta política europeia e com este Pacto [Orçamental], muito dificilmente a Europa virará a sua trajectória económica e encontrará um caminho robusto de crescimento económico", disse António Costa, em Setúbal, numa iniciativa do Partido Socialista.
"Se formos vendo o que vai acontecendo um pouco por toda a Europa, aquilo que vamos vendo é que os cidadãos têm um grande descontentamento. Não são só os ingleses que votam pela saída do Reino Unido, não são só aqueles que votam pelos radicalismos de extrema-direita, nos nacionalismos ou nos populismos. Hoje há uma enorme insatisfação relativamente aos resultados concretos produzidos pela Europa, no dia-a-dia dos cidadãos e nas empresas", acrescentou.
"Não basta que haja taxas de juro baixas e liquidez no mercado, é preciso que os empresários sintam que faz sentido investir e só sentem que faz sentido investir se tiverem uma perspectiva de haver crescimento. E a situação na Europa é de estagnação", sublinhou.
António Costa considera que a alteração do rumo actual depende de uma mudança na correlação de forças políticas europeias, mas também do debate e de um combate político que é preciso travar à escala europeia, como está a acontecer com a intenção da UE de aplicar sanções a Portugal e Espanha.
Embora reconheça que não é possível haver uma moeda única sem regras, António Costa considerou que também é necessária maior solidariedade orçamental para corrigir desequilíbrios no seio da União Europeia.
António Costa garantiu ainda que Portugal vai fazer tudo para manter um bom relacionamento com o Reino Unido após a saída dos britânicos da União Europeia, lembrando que Portugal e a Inglaterra têm a mais antiga aliança a nível mundial.