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A Medicina que garante emprego e a Arquitectura que é um risco

13 jul, 2016 - 08:15 • Cristina Branco

No dia em que são conhecidos os resultados da primeira fase dos exames nacionais, a Renascença falou com dois jovens aspirantes ao ensino superior sobre as suas expectativas. Quero ser “o melhor do país na área que escolher”.

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Gonçalo e Maurício querem prosseguir a sua vida académica em dois dos cursos mais conceituados e mais exigentes em termos de médias ao nível nacional: Medicina e Arquitectura. Dois cursos que, no acesso ao mercado de trabalho, se situam em campos quase opostos.

“Quando eu digo que quero ir para Arquitectura, as pessoas perguntam-me logo se eu tenho noção da taxa de desemprego. Eu sei disso, mas se é algo que eu quero, tenho de tentar”, afirma Gonçalo Ferreira, 17 anos e uma média de 18,3 valores que lhe abre caminho à Universidade do Porto.

Em conversa com a Renascença, Gonçalo diz que o “fascina a ideia de desenhar uma casa e depois poder ver as pessoas a poder usufruir disso”. E que não vai desistir do seu projecto por causa do risco de não ter emprego certo.

Este jovem de 17 anos, de Vila Nova de Gaia, diz ter esperança que, ao escolher a faculdade de Siza Vieira e Souto Moura, possa sair “com nome” associado ao curso.

“Quando se sai, temos mais facilidade do que os outros em encontrar trabalho, porque a faculdade do Porto é muito conceituada por ser a do Siza e isso ajuda”, acredita Gonçalo.

Preocupações de emprego não terá Maurício Dias. Também com 17 anos e com uma média acima de 19 valores, tem entrada garantida em Medicina, também no Porto – a faculdade com a média mais alta a nível nacional para este curso.

Maurício pretende especializar-se em cirurgia e diz que pretende ser “o melhor do país na área que escolher”. O jovem de Matosinhos reconhece que, com esta escolha, terá a vida facilitada no mercado de trabalho, mas diz que não foi esse o motivo que o levou a escolher Medicina.

“Acaba por ser conveniente e é juntar o útil ao agradável. Eu sempre gostei da estrutura do corpo humano e de como tudo funciona e operar é algo que sinto que vou gostar”, afirma Maurício.

Esta terça-feira, são afixados os resultados da primeira fase dos exames nacionais. A 5 de Agosto, serão conhecidos os da segunda fase. Ambos serão divulgados no site da escola ou na própria escola onde foram realizados os exames.

Comentários
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  • Vasco
    13 jul, 2016 Amendoins 13:46
    A sra jornalista tem que investigar melhor... Medicina é o caminho para o desemprego e emigração forçada. E só vai piorar. Profissão com alto nível de stress e carga horária...
  • Diogo
    13 jul, 2016 Maia 13:45
    Eu como estudante também tenho como objetivo conseguir alcançar os melhores resultados possíveis, mas para isso é preciso perseverança e esforço, tal como estes dois jovens parecem ter demonstrado para alcançar estes sucessos escolares e estarem neste momento com estas boas impressões sobre o que pode ser os seus futuros profissionais e poderem inscrever-se na faculdade que estiverem interessados devido às suas fantásticas médias. Só me resta desejar as maiores felicidades a estes dois alunos e também aos outros que se estão a inscrever na faculdade e que estão a lutar pelos seus sonhos e objetivos.
  • Helena
    13 jul, 2016 Lisboa 12:34
    Os nossos jovens nasceram numa sociedade de consumo, é normal que se preocupem com o dinheiro...o amor á camisola não paga as contas. Mas temos que procurar a excelência, incentivar quem o faz estudando ou trabalhando e dá seu melhor, aqui ou noutro lugar. Sabemos que muitos de nós contestam as politicas de educação mas já fizemos alguma coisa para mudar? - tudo começa em nós...e quem tem poder de decisão... Não nos podemos contentar com o mediano mas avançarmos para o excelente ...com trabalho , com esforço mas perseguindo os nossos sonhos ... Muita sorte e força para os Gonçalos e os Mauricios deste país que com trabalho e perseverança conseguiram atingir níveis de entrada para as Faculdades...Bem hajam!
  • Viriato
    13 jul, 2016 Aveiro 12:00
    Votos de sucesso a esses jovens e a todos os outros com a mesma ambição!! Para mim esta ambição é muito boa, não a vejo como megalomania como referido no comentário anterior!! Só com ambição se vai mais longe! Há sim que tentar ser o melhor em Portugal, e caso o consigam, tentar ser o melhor do mundo depois!! Só espero é que quando adultos, não enveredem pelos caminhos dos esquemas e da corrupção!!
  • Maria Silva
    13 jul, 2016 Oeiras 11:50
    Esta de Medicina com emprego garantido faz-me rir! Continuem a acreditar e depois não se queixem que os vossos colegas que foram para outras áreas estão a ser melhor remunerados. O que hoje é uma coisa, amanhã é outra! Não há empregos garantidos! As estatísticas são sempre de "ontem" !
  • Fernanda Veloso
    13 jul, 2016 Braga 11:40
    É de aplaudir a vontade que estes jovens manifestam. Lutar pelos sonhos nunca fez mala ninguém. O mal dos dias de hoje é as pessoas não lutarem por nada e esperarem que tudo lhes caia aos pés. Parabéns a estes jovens e a todos aqueles que se esforçaram para atingir os seus objetivos.
  • Joca
    13 jul, 2016 Terra 11:07
    Megalomania destes meninos... Antigamente as pessoas eram mais humildes e muito mais competentes. Estes agora só vêem $$$$.
  • João Paulo Correia
    13 jul, 2016 Lisbonne 10:48
    O problema de Arquitectura infelizmente começa com o excesso de cursos de faculdades privadas que foram abertos em meados da década de 90. Lusíada, Lusófona, Autónoma... e outros ainda que não me ocorrem à memória.... Qualquer aluno entra...seja mau ou bom. Existe também um excesso de públicas...A nível público existe Porto (FAP), Lisboa, FAL (esta c variados cursos para além do ramo normal... Interiores, gestão urbanística) e depois no fim podem TODOS assinar projecto), Técnico, ISCTE...Temos Coimbra, temos a UBI na Covilhã...Évora.....Simplesmente ..é demasiado. A Ordem é conivente com este tipo de situação...e não se pronuncia....O Governo deveria gerir estas verbas...Simplesmente saturaram o mercado.......e ninguém põe o dedo na ferida real....a crise no sector da construção só veio precipitar o que era há muito anunciado. (Há empregadores a oferecerem 200 300 euros ...por mês.. é rídiculo...é desumano...e todos sabemos que isto existe). Invés de manterem 3, 4 cursos de execlência....(como é o exemplo de Medicina Porto, Lisboa, Coimbra, Covilhã). Infelizmente...não dá para todos...

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