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Debate do Estado da Nação

Bloco vê “ataque a Portugal”, Costa prefere destacar "primeira vitória"

07 jul, 2016 - 16:18

Bruxelas "constata" facto sem propor consequências e isso é “primeira vitória”, diz o primeiro-ministro.

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Catarina Martins. No campeonato das sanções, a "direita está a torcer pela Alemanha"
Catarina Martins. No campeonato das sanções, a "direita está a torcer pela Alemanha"

O primeiro-ministro, António Costa, afirmou esta quinta-feira que a comunicação de Bruxelas em torno de eventuais sanções por défice excessivo constata um "simples facto sem propor qualquer tipo de consequência", o que é uma "primeira vitória" de Portugal.

"Há uma primeira vitória importante da diplomacia portuguesa, a de garantir que a comunicação da Comissão constata um simples facto sem propor qualquer tipo de consequência", vincou o primeiro-ministro, em declarações no parlamento no debate do "Estado da Nação".

Costa respondia a questões da coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), Catarina Martins, que definiu o processo de sanções como um "ataque" a Portugal, mais a mais com uma conferência de imprensa marcada na Comissão Europeia para a mesma hora em que se iniciava no parlamento português o debate do Estado da Nação.

"Nunca me preocupou saber se era o anterior Governo que estava em causa. O que sempre me preocupou é se havia justificação ou não para aplicar sanções a Portugal. Temos de nos bater em todas as frentes contra a aplicação de sanções a Portugal: no Parlamento Europeu, no Conselho, na Comissão, na frente diplomática, política, através da comunicação social. Temos de combater esta ideia", vincou o chefe do Governo.

O comissário europeu para o Euro, Valdis Dombrovskis, salientou esta quinta-feira que se o Conselho de Ministros das Finanças da União Europeia seguir as recomendações de Bruxelas para Portugal será aberto um procedimento, mas poderá não haver multa.

Portugal vai sair do procedimento por défice excessivo "sem planos B", diz Costa
Portugal vai sair do procedimento por défice excessivo "sem planos B", diz Costa

Para Catarina Martins, as eventuais sanções – mesmo resultantes da acção da "governação anterior" – representam um "ataque ao país" e uma "humilhação".

"Bruxelas e Berlim impuseram a política, convivem bem com os seus resultados devastadores sobre a economia enquanto o governo do país é o obediente destruidor da economia e da dignidade portuguesas, e quando o povo decide, pelo seu voto, mudar de governo, vem Bruxelas sancionar o desastre que provocou", interrogou a coordenadora do partido.

A bloquista perguntou ainda ao primeiro-ministro sobre algum eventual compromisso do Governo com as instituições europeias em torno de novas medidas de austeridade, com Costa a reiterar que nada disso está em cima da mesa nem qualquer "plano B" orçamental.

A Comissão Europeia lançou esta quinta-feira processos de sanções a Portugal e Espanha, ao concluir que os dois países não tomaram "medidas eficazes" para corrigir os seus défices excessivos, passando a palavra aos ministros das Finanças da União Europeia, que se reúnem na próxima terça-feira.

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  • antonio
    07 jul, 2016 Portugal 19:17
    Portugal cada vez mais endividado e estes aldrabões a distrair-nos com pseudo vitórias e ameaças. Miséria de País que tem um pm destes.

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