08 jun, 2016 - 10:03 • Ana Carrilho
Lisboa tem mais de 5.100 alojamentos turísticos registados na base oficial nacional. Metade concentra-se numa única freguesia da capital, Santa Maria Maior, seguida da freguesia da Misericórdia. Em Lisboa, este tipo de alojamento já responde a cerca de 35% da procura turística
Os números são avançados no inquérito realizado em Maio pela Associação de Alojamento Local em Portugal (ALEP) aos titulares de Lisboa.
O documento, a que a Renascença teve acesso, revela ainda que, a nível nacional, no dia 1 de Junho, estavam registados mais de 30.300 imóveis na categoria de alojamento local.
Ainda de acordo com o inquérito, três quartos dos registos de Lisboa correspondem a apartamentos e moradias, sendo os restantes “hostels” e outros estabelecimentos de hospedagem.
Segundo o inquérito, 90% pertence a pequenos proprietários que, e em mais de metade dos casos, têm apenas uma casa destinada aos turistas. Mas para cerca de um milhar de famílias, o aluguer destas casas é a principal fonte de rendimento.
Com este inquérito a ALEP pretende desmistificar a ideia de que o alojamento local está a prejudicar a vida dos habitantes dos grandes centros urbanos, como Lisboa e Porto. A ALEP frisa que o alojamento local não tem impacto fora do centro histórico, nomeadamente, na capital.
O documento realça ainda que, em 2012, 30% dos imóveis de Santa Maria Maior estavam vagos e outros 50% precisavam de obras, nalguns casos, muito profundas. Por outro lado, na década anterior (2001 a 2011) Alfama perdeu um quinto da população e o Castelo um terço e, segundo a associação, sem ter capacidade de atrair novos moradores.
Ainda segundo o estudo, só o ano passado foram investidos 48 milhões de euros em reabilitação de frações, quase todas no centro histórico.