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Notícia Renascença

Venda do Novo Banco pode pôr em perigo colecção de fotografia

06 jun, 2016 - 06:15 • Maria João Costa

É o receio dos responsáveis pelo espólio. Enquanto decorre o processo de venda do banco, paira a incerteza sobre o acervo de mais de mil obras de 280 artistas de 38 nacionalidades.

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O Ministério da Cultura recebeu um pedido de classificação da colecção de fotografia do Novo Banco. Ao que a Renascença apurou, a solicitação chegou ao gabinete de Luís Filipe Castro Mendes com a preocupação expressa quanto ao futuro deste espólio artístico.

Numa altura em que o processo de venda do banco está em curso, paira uma incerteza sobre o acervo de mais de mil obras de 280 artistas de 38 nacionalidades.

Na documentação entregue ao Ministério da Cultura fala-se nos “riscos de desagregação e até alienação parcial” da colecção de fotografia do Novo Banco, a antiga colecção BES. Em causa lê-se, estão “as actuais contingências e incertezas” quanto ao futuro do banco e do seu património artístico.

O espólio com mais de mil obras, com 100 artistas portugueses representados está no espaço do banco no Marquês de Pombal em Lisboa, um local que integra a rede do ICOM – o Conselho Internacional dos Museus.

A instituição bancária já quis saber quanto custa o transporte para a mudança do espólio e fonte do Novo Banco admite que o acervo poderá ser recolocado no edifício sede.

Deixando de ter o actual espaço expositivo, os responsáveis da colecção relatam ao Ministério da Cultura o risco de tornar a colecção “num arquivo morto, deixando de estar visível ao público”. Questionado sobre uma eventual alienação da colecção, o Novo Banco lembra que todo o banco está à venda, mas sublinha que a instituição valoriza o seu património.

Numa altura em que a equipa da colecção tem vindo a ser reduzida, ao Ministério da Cultura chegou por escrito o pedido para que o espólio seja classificado, como já aconteceu com a colecção de numismática do banco. Fonte do gabinete do ministro confirma que foi tomada nota do caso, contudo este activo, tal como o restante património do ex-BES pertence ao fundo de resolução e está fora do alcance do ministério.

A colecção de fotografia do Novo Banco já recebeu vários prémios, em 2015 foi considera uma das 80 melhores colecções empresariais do mundo. Entre os artistas presentes estão obras de Cindy Sherman, Candida Höffer, Gilbert e George ou os portugueses Helena Almeida, Jorge Molder, Gerard Castel-Lopes ou Daniel Blaufuks.

Na semana passada o parlamento aprovou um projecto de lei do Bloco de Esquerda que prevê a inventariação de outros dois espólios de obras de arte pertencentes ao BPN e ao BPP.

Comentários
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  • José Luis
    06 jun, 2016 Felgueiras 21:13
    Será que alguém vai ganhar até com isto?!... ... Bem, o "vendilhão, das Ppp´s", tem provas dadas!... ;)

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