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BPI considera OPA do CaixaBank "amigável"

17 mai, 2016 - 19:23

Conselho de administração defende que a proposta alerga "o leque de alternativas para solucionar o actual incumprimento pelo BPI do limite dos grandes riscos causado pela exposição do BFA a dívida pública angolana".

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O conselho de administração do BPI considera a Oferta Pública de Aquisição (OPA) lançada pelo CaixaBank como "oportuna" e entende que é "amigável" por ser proveniente de uma instituição com "grande credibilidade" e accionista desde 1995.

"O conselho de administração considera que a oferta do CaixaBank é oportuna, tendo em conta a circunstância de a aquisição do controlo do BPI pelo oferente criar um quadro que aumenta o leque de alternativas para solucionar o actual incumprimento pelo BPI do limite dos grandes riscos causado pela exposição do BFA a dívida pública angolana", pode ler-se no relatório do conselho de administração sobre a OPA do CaixaBank.

Embora reconheça que "a determinação de um preço para o BPI é particularmente difícil, tendo em conta alguns factores que não tem possibilidade de quantificar", o Conselho de Administração do banco liderado por Fernando Ulrich conclui "que o preço proposto pelo oferente de 1,113 euros representa, para os lapsos temporais por si considerados dentro do período de seis meses, não um prémio, mas, pelo contrário, descontos relativamente ao preço médio da acção BPI", entre 1% e 11%, avaliando, por seu lado, as acções em 1,54.

"Se o preço da oferta reflectisse os prémios pagos em transacções precedentes no sector bancário europeu (com base na amostra e horizontes temporais seleccionados pelo oferente e no cálculo dos prémios por si apresentado), o mencionado preço da oferta atingiria 1,404, 1,427, 1,463 ou 1,289 euros", acrescentou o Conselho de Administração.

No documento enviado hoje à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) e aprovado na segunda-feira, o Conselho de Administração do banco realçou ainda que seria "muito positivo para o BPI a manutenção das suas atuais participações no Banco de Fomento Angola (BFA) e no Banco Comercial e de Investimentos (BCI)".

A administração do BPI recordou que o CaixaBank frisou que uma possibilidade de evitar o "excesso de concentração de grandes riscos" seria o Banco Central Europeu "isentar o BPI da obrigação de consolidar, para efeitos prudenciais, as suas participações accionistas, incluindo a participação no BFA, por já estarem tais participações accionistas no balanço consolidado do CaixaBank".

"Dada a importância que acima se assinalou ter para o BPI a manutenção da sua participação e controlo no BFA, o Conselho de Administração do BPI considera que a obtenção da isenção mencionada no parágrafo anterior ('waiver'), mantendo a participação no BFA, seria muito positiva para o BPI", sublinhou o Conselho de Administração do BPI.

Na segunda-feira, o CaixaBank notificou a Comissão Europeia sobre a intenção de lançar uma OPA sobre o BPI, segundo o 'site' da Direcção-Geral da Concorrência (DGComp), estando também na CMVM o registo do processo.

"O CaixaBank tenciona adquirir, através de uma oferta pública não obrigatória da totalidade das acções e direitos de voto do BPI, o controlo da sociedade", lê-se na informação que foi publicada a 13 de maio, mas mostra que o pedido foi formalizado a 12 de Maio.

De acordo com a mesma informação, a DGComp tem até 17 de Junho para se pronunciar.

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