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Menores salários aumentam risco de corrupção, alertam Trabalhadores dos Impostos

12 abr, 2016 - 19:00

Quinze pessoas foram detidas esta terça-feira no âmbito da operação “Tax Free”. Oito são funcionários da Autoridade Tributária.

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O presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos mostra-se surpreendido com a dimensão da operação “Tax Free”, que levou à detenção de vários funcionários da Autoridade Tributária. Paula Ralha adverte que os cortes nas remunerações aumentam o risco de corrupção na administração pública.

Em declarações à Renascença, Paulo Ralha nota que os visados são, essencialmente, dirigentes com mais facilidade de acesso a informação mais poder de decisão.

“A maior parte delas, o traço comum é serem formadores e terem relações privilegiadas com agentes do sector privado: fiscalistas, juristas, pessoas ligadas às empresas, empresários, economistas, etc… Estamos a falar de uma parte que, sendo insignificante, no dia-a-dia nenhum de nós poderia ter qualquer suspeita do que estava a acontecer.”

Paulo Ralha lembra que o sindicato há muito vem alertando para os riscos da degradação das condições de trabalho na administração pública.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos deixa mesmo no ar a hipótese de situações idênticas puderem ser detectadas noutras partes do país.

“Quer seja nas Finanças, na Polícia Judiciária, no Ministério Público, baixar os salários neste tipo de profissões acarreta o risco de aumento de corrupção”, adverte o sindicalista, que defende a protecção dos estatutos profissionais e das remunerações.

Quinze pessoas foram detidas esta terça-feira no âmbito da operação “Tax Free”. Oito são funcionários da Autoridade Tributária.

Na sequência de 120 buscas realizadas na zona da Grande Lisboa, a Polícia Judiciária deteve três chefes de repartições de Finanças, um advogado que é membro do Centro de Estudos Fiscais da Autoridade Tributária, um inspector tributário e ainda três técnicos da Autoridade Tributária.

Os restantes sete detidos são quatro técnicos oficiais de contas, dois empresários, e um consultor fiscal.

São todos suspeitos dos crimes de corrupção activa e passiva, recebimento indevido de vantagem e falsidade informática, em esquemas que passam, sobretudo, pela modificação ou falsificação de documentos oficiais.

Comentários
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  • Bento Fidalgo
    16 nov, 2016 Agualva 11:43
    O que aumenta o risco de corrupção é admitirem pessoas que nao são testadas durante os 3 anos de prazo, devidamente apreciadas antes serem colocadas em listas para eleição. Nesse caso todos portugueses que ganham vencimentos mínimos e reformas e subsídios de passar fome andavam todos a roubar. Estes são é mais honestos, transparentes e responsáveis. Quando as pessoas não prestam tudo é desculpa e não há religião, política ou lei que lhes valha.
  • Luis
    13 abr, 2016 Lisboa 08:55
    Esta foi uma das melhores que já li. Ser ou não ser corrupto/corruptor está apenas dependente do que se ganha. Pergunta-se então qual a razão porque os "senhores mal pagos" que agora foram agarrados exercem todos cargos de responsabilidade? Nas Finanças aqueles que mais responsabilidades têm são os que menos ganham? Coitaditos dos senhores deveriam estar com um ordenadito aí de 550/600 euros, talvez. Qualquer dia ainda vamos ver Funcionários Publicos a ter um ordenado composto por um terço de competência, um terço de pontualidade, um terço de dedicação e um terço de honestidade. Eu tenho 3,5 toneladas de honestidade para vender , alguém a compra? Está bonita está, esta palhaçada.
  • JOAO NUNES
    12 abr, 2016 STA IRIA AZOIA 20:44
    Sr. Sindicalista por favor aos milhares de funcionários públicos que perderam vencimentos nos últimos anos, se todos se corrompessem e fossem presos, em que estado estaria este país, por favor
  • Daniel
    12 abr, 2016 Lisboa 20:28
    O salário pode ser factor, mas só o é devido à mentalidade geral. Se a sociedade em geral visse com muitos maus olhos os "arranjinhos" em vez de verem como sendo algo "normal" e fosse alvo de repulsa social já não haveria a desculpa do "salário". Os salários só são factor devido à falta de valores da sociedade, mais nada... ainda por cima estamos a falar de quadros superiores!!! Então do que dizer dos que recebem menos de metade ou 1/4 do que esses recebem? Se calhar devemos é começar por esses, começar a pagar melhor a esses antes de irmos a quem recebe melhor...
  • joao ralha
    12 abr, 2016 Penamacor 20:25
    ainda queriam ganhar mais? tantos milhares de portugueses com reformas de 240 euros e esses abutres ainda acham pouco os milhares que auferem? parecem "mordomos do universo todo, senhores à força, mandadores sem lei"". o povo tem mais medo deles do que da PSP ou da GNR! vai BUGIAR, ó RALHA.
  • maria
    12 abr, 2016 lx 20:12
    e preciso ter lata... e os outros com salários de 500. já parece os médicos com os pontos dos medicamentos.
  • Pinto
    12 abr, 2016 Custoias 19:53
    Os baixos salários levam a serem corruptos? A competência, carácter e personalidade desaparecem? Então a maioria dos cidadãos que são roubados todos os dias, explorados, escravizados e humilhados teriam de ser corruptos? Esses senhores do fisco que vão dar banho ao cão e lavem-se na mesma agua.
  • andre
    12 abr, 2016 lx 19:41
    Mas que desculpa da treta. Ate parece. Ou quiçá comece também a BURLAR oi meu patrão e quando for apanhado aponto o dedo a ele e a minha miserável folha de ordenado. Essa retórica já mete nojo, tinha de vir de um sindicato...
  • Ana Silva
    12 abr, 2016 Lisboa 19:40
    Paula Ralha com tanta gente com baixos salários ou baixa de salários e sobretudo os que nem salários recebem qual seria então a sua "desculpa" se deixassem de pagar impostos ... são afinal eles que pagam o seu salário. Ou segue a máxima que a ocasião faz o ladrão?
  • Carlos
    12 abr, 2016 lisboa 19:27
    Não brinquem comigo, corrupto é corrupto ou ladrão.Existem milhões de portugueses que ganham pouco e são gente séria. Não defenda ladrões sr. Paulo Ralha , na volta temos uma secção dos ladrões no sindicato. Condições de trabalho é uma coisa ser ladrão é outra.

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