08 abr, 2016 - 16:54
Augusto M. Seabra, um dos comentadores ameaçado por João Soares, recebeu a notícia da demissão "com alguma surpresa", mas considerou que foi a decisão "mais saudável" e "a melhor do ponto de vista ético".
Vasco Pulido Valente, o outro comentador ameaçado por João Soares diz que esta decisão do ministro da Cultura "não foi uma surpresa", porque considera que João Soares "não tinha outra saída".
"A questão política relevante mantém-se, e essa tem que ver com a forma como o Governo, a começar pelo primeiro-ministro, se relaciona com a crítica que vem do exercício da liberdade de expressão, seja de alguns cidadãos, seja de profissionais da comunicação social". Luís Montenegro, líder parlamentar do PSD.
"Consideramos este episódio lamentável e que não deveria ter acontecido. E, por isso, parece-nos esta demissão do doutor João Soares inevitável, sobretudo depois das declarações do doutor António Costa". António Carlos Monteiro, deputado do CDS-PP.
"Compreendo as razões que o dr. João Soares invocou para a sua demissão e respeito-as. Agora compete ao primeiro-ministro, tendo aceite essa demissão, proceder à nomeação do novo ministro da Cultura. E o assunto está encerrado". Carlos César, presidente do PS.
"Foi um ministro que disse o que não devia, agora tomou a decisão correcta, no momento certo também". Pedro Filipe Soares, líder parlamentar do Bloco de Esquerda.
"Mais do que comentar episódios - o que originou a demissão - interessa-nos discutir a política cultural que é seguida. Mais do que focar-nos no episódio que envolveu o ministro temos que nos focar em qual será a política que o próximo titular da pasta vai seguir". Ana Mesquita, deputado do PCP.
“Eu sou amigo do João Soares. Creio que ele tinha todas as condições para ser um excelente ministro da Cultura. Tem o seu estilo. As pessoas estavam satisfeitas. Nunca nenhum ministro tinha ido às Correntes d’Escritas, a pequenos acontecimentos que têm muita importância para as pessoas e ele ia lá. E acho que tinha todas as condições para ser um bom ministro da Cultura, mas aconteceu este episódio. Tenho verdadeiramente pena”. Socialista Manuel Alegre à Renascença
“Eu acho que depois das palavras de ontem do primeiro-ministro, dificilmente João Soares poderia continuar descansado nesta pasta. Acho que era, mais ou menos, inevitável que isto acontecesse, embora eu ache toda a história um absurdo completo”. Francisco José Viegas, ex-secretário de Estado da Cultura, à Renascença
“Face às declarações que tinham sido feitas e perante o sentido dessas declarações no espaço público – não estamos a falar do espaço privado, estamos a falar do espaço público – dificilmente haveria outra alternativa à que foi tomada e que me parece a mais adequada”. Jorge Barreto Xavier, ex-secretário de Estado da Cultura, à Renascença
"Sabemos que as razões da demissão têm muito mais a ver com uma atitude pessoal do que com uma questão de políticas. Infelizmente, nos últimos quatro meses, também não vimos grandes avanços para o nosso sector. Mais do que as caras e os nomes, interessa-nos as políticas". André Albuquerque, do CENA - Sindicato dos Músicos, dos Profissionais do Espectáculo e do Audiovisual.