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PSD. Um congresso para discutir lugares

01 abr, 2016 - 06:58 • Eunice Lourenço

Passos chega ao congresso vitorioso, mas a precisar de se reinventar. Cai o discurso da ilegitimidade do Governo Costa, mas sublinha-se a importância do PSD como alternativa de poder. Ausente de Espinho vai estar Rui Rio.

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Com Passos Coelho reeleito e uma moção de estratégia definida como de regresso à social-democracia, a única expectativa em relação ao congresso social-democrata, que começa esta sexta-feira em Espinho, é se vai haver ou não renovação na direcção do partido.

Passos já disse que haverá alguma, mas que também não pode renovar tudo. O único lugar que está vago é o de número 1 ao Conselho Nacional, há dois anos ocupado por Miguel Relvas, já saído do Governo empurrado por uma licenciatura ainda hoje mal resolvida.

Mas esse é apenas um lugar honorífico. O que interessa são as vice-presidências do partido e, nomeadamente, se Marco António Costa vai continuar ou não a desempenhar o papel de número dois.

Essas alterações estão, contudo, reservadas para as 20h00 de sábado, quando Passos Coelho divulgar as suas listas para os órgãos do partido. E a única expectativa de um congresso ser a eventual dança de cadeiras é muito pouco para o partido mais votado das últimas legislativas, mas que está na oposição e que ainda não conseguiu dar a volta ao trauma dessa vitória que se transformou em derrota.

Passos chega, assim, a este congresso vitorioso, mas derrotado. E a precisar de conseguir reinventar-se para dar a volta a uma situação única na vida política portuguesa: um líder partidário que já foi primeiro-ministro, que ganhou as eleições, mas não voltou a formar governo e agora é líder da oposição e ainda não se habituou a isso.

Não se habituou, mas também já não se indigna. Segunda-feira, dia 4, o dia depois do congresso é o primeiro dia em que o Presidente da República pode dissolver o Parlamento. A marcação deste congresso parecia ter em conta esse “timing”, de forma a sair de Espinho um clamor por eleições que acabassem com aquilo que o PSD começou por considerar um governo ilegítimo.

Mas o Presidente que o PSD ajudou a eleger já disse que não faz dissoluções a pedido e o discurso da ilegitimidade foi caindo, sem que outro tomasse o seu lugar.

Passos Coelho está ainda à procura do seu novo fato e a questão é se conseguirá encontrá-lo ou se terá um longo caminho a arrastar-se na liderança de um partido que está sempre sedento de poder.

Na sua moção – com o título “Compromisso reformista – o líder do PSD escreve que quer voltar a governar, mas não pede eleições. Admite que o Governo de Costa pode ser mais resistente do que parecia e que pode não conduzir o país a uma situação como a de 2011. Mas defende que o país continuará sempre a precisar de uma alternativa liderada pelo PSD.

É essa alternativa que Passos Coelho continua por mostrar e que parece ainda não ter, até porque no debate orçamental baixou os braços, não apresentou propostas e adoptou uma atitude de menino mimado que amua e não quer saber, os outros que decidam.

A próxima geração

A oposição interna que optou por não ir a votos, vai contudo à tribuna em Espinho. Será protagonizada por José Eduardo Martins, o ex-secretário de Estado do Ambiente de quem Durão Barroso disse há mais de dez anos que um dia seria líder do PSD e primeiro-ministro. A outra oposição – Rui Rio – optou por bem sequer ir a Espinho.

Não há, portanto, para já um ataque ao poder. Só a marcação de lugares. José Eduardo Martins e Pedro Duarte, que foi director de campanha de Marcelo, assinalam que a próxima geração – aquela que sucedeu a Passos Coelho na JSD – está aí à espreita, a preparar terreno para quando chegar a hora.

E a hora pode ser depois das autárquicas do próximo ano. Esse é o próximo grande combate eleitoral previsto. Primeiro, ainda haverá regionais dos Açores, mas fazem parte de outro campeonato.

As autárquicas – para as quais Passos, na sua moção, estabelece como meta reconquistar a maioria das Câmaras e dos votos e, consequentemente, voltar à liderança da Associação Nacional de Municípios – vão marcar o prazo de validade do líder e das decisões deste 36º congresso do PSD.

Isto se, entretanto, não houver alguma avaria grave na economia ou na maioria que sustenta o Governo.

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  • Pinto
    03 abr, 2016 Custoias 14:15
    Ali Babá e os quarenta ladrões.
  • fanã
    01 abr, 2016 aveiro 19:47
    Discutir lugares, tachos, privilégios, negociatas e por ai fora ..................enfim , o habitual !.................Sai uma laranjada ......uma para a mesa dois...........................!
  • 01 abr, 2016 09:06
    ISTO SIM FAZ PARTE DA SEITA DE PENDURAS (QUE NÃO SABEM FAZER NADA DE NADA) MAS ANDAM AGARRADOS AOS PARTIDOS PARA MAMAREM. É A ESCÓRIA DA SOCIEDADE EM QUE VIVEMOS. EU DIRIA QUE A CLASSE QUE ELES ESTÃO INSERIDOS É A CLASSE DA CORRUPÇÃO.
  • TUGA
    01 abr, 2016 lisboa 09:00
    UM PARTIDO COM TANTA GENTE COMPETENTE, DEIXA-SE GOVERNAR POR ESTES MENINOS NEOLIBERAIS QUE ATÉ METEM NOJO!!! TENHO PENA DE VER ESTE GRANDE PARTIDO ABANDONAR A SOCIAL DEMOCRACIA E ENTREGAR-SE A ESTES MENINOS METE NOJO e tachistas!!!!
  • Esta espécie
    01 abr, 2016 Port 09:00
    de congresso é uma vergonha! Se acontecesse com outro partido o que os media não diriam! Mas como estão colados ao grande lider há que tratar com pinças para continuarem a promover o abencerragem!
  • O maior
    01 abr, 2016 Port 08:49
    Lá da rua dele!...Como é possivel ainda haver gente a acreditar num mentiroso compulsivo?
  • Luis
    01 abr, 2016 Lisboa 08:43
    A caranguejola PaFalhada vai-se toda reunir com o trocaPassos o PaFalhado Mor para em conjunto se "travestirem" de sociais democratas para mais uma vez tentarem enganar a malta para poderem voltar ao pote. O pior de tudo é que mesmo despejados das vestes anteriores não vão conseguir livrar-se do cheiro nauseabundo a direitalhada. Do cheiro e da imbecilidade que os caracteriza.
  • Pois! Pois!
    01 abr, 2016 Lis 08:39
    O que é preciso é o farsola se reinventar noutro farsola! Para esta pandilha o que interessa é tentar enganar os portugueses para assaltarem o poder custe o que custar, frase aplicada pelo farsola em 2011, quando enganou muita gente de boa fé! Foram 4 anos de empobrecimento e destruição das familias custe o que custar que fez retroceder o país mais de 20 anos e na vertente da emigração o farsola conseguiu que o país retrocedesse aos anos 60 do seculo passado! Será que os portugueses vão querer mais desta farsolice?...
  • Pois! Pois!
    01 abr, 2016 Lis 08:32
    O que é preciso é o farsola se reinventar noutro farsola! Para esta pandilha o que interessa é tentar enganar os portugueses para assaltarem o poder custe o que custar, frase aplicada pelo farsola em 2011, quando enganou muita gente de boa fé! Foram 4 anos de empobrecimento e destruição das familias custe o que custar que fez retroceder o país mais de 20 anos e na vertente da emigração o farsola conseguiu que o país retrocedesse aos anos 60 do seculo passado! Será que os portugueses vão querer mais desta farsolice?...

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