10 mar, 2016 - 20:39
Médicos franceses advertiram que o vírus Zika pode provocar uma grave infecção no cérebro entre os adultos até ao coma.
Os clínicos detectaram a presença do vírus Zika no líquido cefalorraquidiano de um homem de 81 anos atingido por uma meningoencefalite, segundo um relatório publicado na revista médica norte-americana New England Journal of Medicine (NEJM).
O vírus Zika foi designadamente associado a malformações no cérebro de bebés, problemas graves na espinal-medula e ao síndroma neurológico de Guillain-Barré.
Este novo estudo demonstra que os casos se multiplicam na propensão do vírus Zika, durante muito tempo considerado anódino, em atingir gravemente o sistema nervoso.
O homem, hospitalizado em 10 de Janeiro em neurologia, foi transferido no dia seguinte devido a uma rápida deterioração da sua saúde, com o surgimento de um coma que implicou assistência respiratória artificial, referiram os médicos do hospital Henri-Mondor, em Créteil, onde se encontrava internado.
"Com nosso conhecimento, trata-se do primeiro caso do género a ser descrito", indicou à agência noticiosa France-Presse o médico Guillaume Carteaux, coautor do artigo publicado na NEJM.
"As restantes causas infecciosas, virais e bacterianas foram afastadas", acrescentou, em particular o vírus herpes, varicela, zona e outras arboviroses.
O homem, que estava de "perfeita saúde" antes de adoecer, tinha regressado dez dias antes de um cruzeiro no Pacífico sul (Nova Caledónia, Vanuatu, ilhas Salomão, Nova Zelândia).