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Francisco Sarsfield Cabral
Opinião de Francisco Sarsfield Cabral
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Eutanásia anti-social

25 fev, 2016 • Opinião de Francisco Sarsfield Cabral


A eutanásia é uma solução anti-social que vai incidir sobretudo nos mais pobres.

Quem acredita que a vida não lhe pertence, por ser um dom de Deus, rejeita o suicídio. Mas não pode impor legalmente essa convicção ética à sociedade, aos não crentes. Porém, quando a morte envolve terceiros, como no suicídio assistido e na eutanásia, já a lei deve intervir.

Como disse à Renascença o Bastonário da Ordem dos Médicos, a eutanásia é uma solução anti-social que vai incidir sobretudo nos mais pobres. Nas famílias desfavorecidas existe o risco de os idosos serem empurrados para a eutanásia se ela for legalizada, até porque essas famílias em geral não têm acesso a cuidados paliativos. Estes são tema da discussão que o Bastonário considera dever ser prioritária em Portugal. E sem paliativos não há liberdade de escolha. Lembrou ainda o Dr. José Manuel Silva que na Holanda e na Bélgica, onde a eutanásia é legal, ela se aplica a pessoas com depressão que não foram tratadas.

Curiosamente, estas afirmações - ao contrário de muitas outras do Bastonário da Ordem dos Médicos - tiveram escasso eco na comunicação social. Não eram politicamente correctas.

Comentários
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  • Teresa Mendes
    01 mar, 2016 Porto 04:40
    Ora nem mais! Qdo atacava o anterior governo as declarações do Bastonário eram repetidas por toda a comunicaçao social até à exaustão,. Agora que falou sobre o que lhe competia, (não se espera que um BOM se ponha a falar sobre economia como se fosse entendido na matéria, mas ele resolveu faze-lo por varias vezes) já ninguém liga ao que o homem disse. E disse palavras muito assisadas, que se calhar não agradam a muita esquerda. Politiquices.
  • Carlos Jesus
    27 fev, 2016 Lisboa 19:01
    A meu ver analise correta.precisamente por ter consciencia que vivemos num País com FRACOS recursos de ajuda a quem sofre e não me parecer que isso venha a existir tão depressa,e porque NÃO tenho meios finaceiros para ter cuidados paliativos,Lares dignos de esse nome etc.etc. (Então é verdade e eu sou POBRE neste sentido) com os mais favorecidos financeiramente talvez possam pensar de outra maneira.(EU PREFIRO SEM DUVIDA A "EUTANÁNIA" SE ELA SE JUSTIFICAR TECNICAMENTE),"TODOS MAS TODOS" TEMOS QUE "MORRER".sem alternativas CAJ
  • Maomé
    25 fev, 2016 Cuba 15:19
    Numa sociedade que legalmente pratica o aborto, também não tem idoneidade para evitar a eutanásia! A vida humana desprendeu-se do temor a Deus, para ser escrutinada nas maiores crueldades do carrasco impiedoso!
  • rfp
    25 fev, 2016 Coimbra 12:52
    Quando se é contra a Eutanásia (eu sou) tem de ser no sentido mais abrangente, pois ela existe enraizada na sociedade, imposta pelo ultraliberalismo maoista expropriador, pois quando se retira tudo ou quase tudo ao cidadão remediado, que trabalhou e cumpriu, por uma "classe castas superior" estão a fazer eutanásia a uns para dar vida luxuosa de super estado social que desdenham a essa casta (boas reformas/pensões subvenções/bons cachês no comentaria do/cassete e em C gestão chairman de empresas do/s regime/s, etc, etc cujo desequilíbrio leva muita gente à eutanásia ainda em vida, aliás a eutanásia é um produto acabado do ultraliberalismo financeiro maoista, adorado, veja-se a incoerência, por muitos ditos católicos, devotos do deus mercado desregulado/financeiro especulativo que tudo sacrificam, desde logo os princípios humanistas pela valorização do financeiro e marcado, secundarizando as pessoas e famílias. Infelizmente por muito que preguem é esta a prática que apoiam e adoram fanaticamente !!!
  • Carlos Alberto
    25 fev, 2016 10:28
    Conta-se que antigamente, nos tempos em que provavelmente esse horrível léxico não existia, além das "parteiras" havia também as "partideiras", aquelas que, por não haver sequer qualquer tipo de alívio para o sofrimento, fosse ele físico ou psicológico, praticavam aquilo a que se chamava vulgarmente "uma esmola de Deus".