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ONU alerta: fechar fronteiras europeias cria "caos e confusão"

23 fev, 2016 - 13:19

Mais de 110 mil pessoas chegaram à Europa através do Mediterrâneo desde Janeiro, segundo a Organização Internacional das Migrações.

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O "encerramento crescente" de fronteiras europeias vai provocar "mais caos e confusão", advertiu o alto-comissário da ONU para os Refugiados durante uma visita à ilha grega de Lesbos, principal porta de entrada de migrantes na Europa.

"Estou muito preocupado com as notícias sobre um encerramento crescente de fronteiras europeias ao longo da rota dos Balcãs porque isso vai criar mais caos e confusão" e "muito provavelmente aumentar os fluxos irregulares", disse Filippo Grandi.

O responsável reagia à decisão anunciada no domingo pela Macedónia de recusar aos afegãos a passagem na sua fronteira com a Grécia, bloqueando do lado grego milhares de pessoas que pretendem seguir para a Europa central e do norte.

O tráfego naquela fronteira foi igualmente dificultado pela introdução de um controlo de documentos mais apertado para sírios e iraquianos.

"Isso vai aumentar o fardo da Grécia, que já assume uma responsabilidade muito pesada", e "criar desordem nos países que recebem migrantes e refugiados" numa altura em que "ainda não há alternativas" para a gestão dos fluxos migratórios, acrescentou.

"O programa europeu de relocalização ainda é muito limitado e o programa de reinstalação na Turquia ainda não começou", explicou o alto-comissário.

"Assim, fechar fronteiras ou geri-las de forma apertada na ausência de alternativas legais e seguras para os refugiados vai aumentar o caos e muito provavelmente aumentar os movimentos irregulares que põem as pessoas em risco", disse.

Filippo Grandi visitou esta terça-feira o centro de registo de Lesbos, principal porta de entrada de migrantes e refugiados na Europa.

Segundo números divulgados pela Organização Internacional das Migrações (OIM), mais de 110 mil pessoas chegaram à Europa através do Mediterrâneo desde Janeiro.

2016, um ano mau?

Já o director executivo da agência europeia de gestão de fronteiras – Frontex previu que continuarão a chegar em massa à Europa refugiados e requerentes de asilo porque se mantêm as razões que os levam a fugir dos seus países.

Fabrice Leggeri apontou a guerra civil na Síria - país de origem de 40% das pessoas que actualmente pedem asilo na Europa - e as dificuldades económicas e políticas nos Balcãs e em "muitos países de África" como as razões geopolíticas para a sua previsão.

"Os prognósticos são sempre difíceis", admitiu o responsável da Frontex, acrescentando que se o número de migrantes este ano for igual a 2015, então 2016 será "um ano mau".

Comentários
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  • António Costa
    23 fev, 2016 Cacém 14:04
    Então como é afegãos? Libertam-se da "decadência ocidental", tornam o vosso país num "paraíso islâmico" e agora vem ter com AQUILO QUE DESTRUIRAM NO AFEGANISTÃO?

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