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​Estado vai investir 30 milhões na TAP e ajudar na reestruturação da dívida

06 fev, 2016 - 12:45 • Eunice Lourenço

Acordo com consórcio Atlantic Gateway foi assinado este sábado, mas negócio ainda tem pormenores por fechar.

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O Estado vai subscrever 30 milhões do empréstimo obrigacionista que a TAP irá realizar. Essa possibilidade está no acordo assinado este sábado entre o Estado e o consórcio Atlantic Gateway, de Humberto Pedrosa e David Neeleman, assinado este sábado em Lisboa.

“As questões do plano de capitalização não se alteraram, a não ser relativamente à futura operação obrigacionista para aumentar as condições de financiamento da empresa, o Estado tem a opção de subscrever 30 dos 120 milhões desse empréstimo obrigacionista, exactamente em condições de mercado idênticas à subscrição por parte do consórcio”, afirmou o ministro do Planeamento, Pedro Marques, na conferência de imprensa que se seguiu à assinatura do acordo.

O ministro disse que o Estado irá usar esse direito de opção e acredita que, uma vez que a operação será feita em condições de mercado, não se irão colocar problemas ao nível das regras de concorrência da União Europeia, que não permitem mais ajudas de Estado à TAP.

Também a recompra de 11% das acções que o consórcio privado detinha será feita em condições de mercado, ou seja pela mesmo preço que a Atlantic Gateway tinha comprado: 10,93 euros por acção, o que implica um custo para o Estado de 1,9 milhões de euros.

O memorando hoje assinado ainda tem pormenores jurídicos que precisam de ser finalizados até 30 de Abril. E vai implicar também uma reestruturação da divida da TAP, para a qual David Neeleman conta com a ajuda do Governo.

“A reestruturação da dívida faz parte do acordo. A gente tem de melhorar as condições que temos hoje com os bancos”, disse David Neeleman, que acrescentou que conta “com a ajuda do Governo” para fazer essa reestruturação “com mais calma, com menos pressa”.

O empresário explicou que só aceitou este acordo porque a TAP continuará a ser uma empresa de direito privado e com gestão privada.

“Se Governo tivesse 51% seria uma empresa pública. Isso foi uma coisa importantíssima para nós porque eu tinha dito que não investiria numa empresa pública”, afirmou o David Neeleman, acrescentando: “O que mudou? A composição do Conselho de Administração. O executivo vai ficar o mesmo. O nosso dia-a-dia, o nosso plano estratégico já foi aprovado pelo Governo, então o nosso dia-a-dia vai em frente e os direitos dos nossos investidores foram protegidos.”

Já o ministro Pedro Marques desvalorizou o facto de o Governo não ter conseguido que o Estado ficasse com 51% da TAP como o PS tanto disse que queria.

“O facto de sermos o maior accionista da empresa e termos a presença que teremos no conselho de administração garante-nos aquilo que foi sempre a questão critica em todas as declarações que fizemos, quer durante a campanha eleitoral, quer depois das eleições – tanto feitas pelo primeiro-ministro como por eu próprio – que é a salvaguarda dos interesses estratégicos do país representados na perenidade da TAP e na visão estratégica para a TAP”, disse o ministro.

Pedro Marques mostrou-se “absolutamente convencido” que “esta foi uma negociação muito positiva para o Estado e para o consórcio”.

O acordo entre o Estado a Atlantic Gateway foi assinado por Humberto Pedrosa e David Neeleman, pelo consórcio privado, e pelos ministros do Planeamento e das Finanças da parte do Estado, na presença do primeiro-ministro. Na ocasião António Costa salientou a importância deste entendimento e garantiu que o Governo não pretende participar na gestão do dia-a-dia da TAP.

O memorando hoje assinado ainda tem pormenores jurídicos que precisam de ser finalizados até 30 de Abril.

O PSD já se manifestou muito preocupado com o acordo hoje assinado. Em declarações à agência Lusa, o deputado Luís Leite Ramos disse que o negócio é pouco transparente e anunciou que vai pedir explicações urgentes do ministro Pedro Marques no Parlamento.

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  • Pinto
    06 fev, 2016 Porto 22:33
    Para dar os trinta milhões basta ir buscá-los a quem deve ao fisco, àqueles cujas dívidas deixaram prescrever, aos burlões das altas esferas, àqueles que nada têm em seu nome mas que têm fortunas no estrangeiro e que devem ao país muitos milhões e aos ladrões deste país que t~em sido protegidos.
  • Pinto
    06 fev, 2016 Porto 22:24
    Passos Coelho e Cavaco Silva tentaram arruinar o país vendendo tudo a retalho, mesmo assim não conseguiram vender tudo, ficou a faltar muita coisa, duas delas foi a segurança social e hospitais públicos , etc.
  • rosinda
    06 fev, 2016 palmela 20:21
    os pobres nao podem pagar desvarios da tap!
  • PORTUGUÊS
    06 fev, 2016 BELEM PARÁ BRASIL 20:11
    PELO JEITO O GOVERNO PASSADO DEIXOU O CAIXA BEM RECHEADO. O ATUAL GOVERNO TEM DINHEIRO ATÉ PARA RE-ADQUIRIR A TAP! QUANTA IRRESPONSABILIDADE MOVIDA PELAS VAIDADES POLITICAS. QUANTO IRÁ PAGAR O POVO PORTUGUÊS POR ESTE ACTO INSÂNEO. ESTE GOVERNO É INCONSEQUENTE. POBRE PAÍS, POBRE POVO! AGORA SOMOS UM PAÍS RICO DÁ ATÉ PARA TRABALHAR SÓ 35 HORAS. UMA BELEZA.
  • carlos
    06 fev, 2016 Lisboa 19:34
    Mas este negócio é brutal começo mesmo a dar crédito a este Costa compra 50% da TAP por 30 milhões o que pode vender muito bem pelo triplo ou mais no imediato uma vez que agora a TAP já tem capital já não está em risco de não pagar salários este mês e todos aqueles problemas que levaram a que se fizesse a tal assinatura por detrás da cortina, não faltarão certamente interessados em adquirir parte que o estado detêm porque a TAP sanada é outra TAP, muito apetecível para muitos investidores estrangeiros certo. Agora é a vez do novo buranco.
  • André
    06 fev, 2016 Lisboa 18:57
    Os partidários de direita estão em pânico. É que queriam vender 100% da companhia, agora têm medo dos acordos secretos que andaram a fazer e das dezenas de milhões de euros que receberam por fora, poderem vir ao cimo. A subscrição das obrigações, já estava prevista. O anterior governo tinha deixado 50 milhões com uma taxa de juro de 3% a 5 anos. Neste momento, o valor vai depender da oferta feita por parte dos interessados. Tanto poder ficar abaixo dos 3% como acima. Interessante é ver os partidários de direita a queixarem-se disto e a não se lembrarem que deram autorização para QUALQUER gestor público, poder receber 70000 euros por mês de ordenado, se assim o conselho directivo o decidisse. Uma jogada interessante, pois esse é o valor a pagar de indeminização, caso o actual governo queira substituir os líderes dos vários institutos fiscalizadores. Existe um elemento, nomeado pelo ministro da ecónomia que, graças a uma manobra, terá direito a 7 milhões de euros, estando em funções há menos de 1 ano. É disto que queriam que os governos anteriores pudessem falar? O CDS fugiu para criar uma comissão de 170 pessos para investigar os diplomas... assinados pelos ministros e validados pelo vice-primeiro ministro e pelo primeiro. O PSD ainda está a estudar o caso, algures numa cave no Porto.
  • Eu
    06 fev, 2016 ?» 17:49
    Boa KOSTA! Quem me dera poder desperdiçar o teu dinheiro da mesma maneira que tu esbanjas o nosso!
  • Eborense
    06 fev, 2016 Évora 17:36
    Mais impostos para pagar a TAP. No entanto, como a austeridade vai ser de esquerda, não há problema. Se fosse de direita é que era grave. Votaram neles, agora aguentem-nos!
  • Carlos Castro
    06 fev, 2016 Lisboa 13:43
    Realmente a GERINGONÇA faz o seu caminho.Veja-se o caso da TAB dizia que ia ficar com mais de cinquenta e um cento e ficou-se na igualdade.Mais uma forma de o Estado entregar mais "massa" a gente que vai ficar mais tranquila com este encosto.Onde estão os comunistas e a sua extenção os verdes.O BLOCO como não tem ideologia o quer quer é visibilidade e assim nega o que disse que queria.Em resumo os estes intervenientes que sustentam o governo de Costa é um bando de ALDABRÕES. Os comunistas já não têm vergonha, o que é um novo modelo deste bando de gente que deixou cair a mascara.O que querem e mandar em Costa e moldar a geringonça a seu gosto.Enfim, estamos entregues a outro máfia que não tem ideologia mas interesses na sua base.Aumentar a carga fiscal é brutal e agora já está bem.A classe média vai sofrer muito mais e o que dão ao trabalhadores do Estado vão ficar muito mal com esta subida de carga fiscal.Dão com uma mão e tiram com a outra.Estou com dificuldades em escrever avaria teclado , mas volto em breve.
  • Petervlg
    06 fev, 2016 t 13:32
    Parabéns Costa, vais por todos os Portugueses a pagar para a TAP sem viajar. se a estupidez paga-se imposto este, este governo estava muito, mas muito rico

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