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Fátima. Basílica de Nossa Senhora do Rosário de cara lavada

02 fev, 2016 - 16:06 • Aura Miguel

Alterações têm justificação teológica, diz o reitor do Santuário de Fátima.

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Mais branca e de cara lavada, a histórica basílica de Nossa Senhora do Rosário, a mais antiga do Santuário de Fátima, está agora mais luminosa. Lá dentro há também algumas novidades, incluindo um órgão novo em folha e, sobretudo, o altar e o ambão de bronze escurecido que substitui o anterior, de mármore branco.

A imagem de Nossa Senhora também mudou de localização. Antes, estava logo à frente, junto ao altar; agora, está mais retirada, aos pés da cruz.

O reitor do santuário, o padre Carlos Cabecinhas, explicou aos jornalistas as razões desta mudança: “Presidiu a esta alteração um motivo fundamentalmente teológico. De facto, no Evangelho segundo S. João diz-se que junto à cruz do Senhor estava Maria, sua mãe, e estava o discípulo amado. O que pretendemos foi representar isso de forma simbólica, icónica. Isto é, agora, junto à cruz, está Sua mãe, e estão os seus filhos que são todos os peregrinos que acorrem a este lugar”.

As alterações litúrgicas devem ainda permitir dar mais tempo aos peregrinos para rezar em silêncio. Inalterados, permanecem, todavia, os túmulos dos três pastorinhos.

Percurso para Cristo

Bruno Marques autor do altar, do ambão e da cruz, também falou à Renascença sobre o projecto. Diz que a inspiração para estas alterações “vem de todo um processo de trabalho que se iniciou a partir de um programa iconográfico, à semelhança das contas de um rosário, que convergem para Cristo.”

“A ideia que tento transmitir, quer no altar quer no ambão, é uma espécie de percurso para esse mesmo Cristo, um percurso por intercessão de Maria – daí a imagem da Virgem aparecer aos pés da cruz. Esses mesmos percursos, simbolizados pelos sulcos existentes quer no altar quer no ambão, fazem-se acompanhar de esferas que são os símbolos das contas que existem no próprio rosário”, diz.

“As peças são em bronze”, explica o artista, o que “tem a ver com uma policromia que é conseguida no material a partir das patines. Havia a necessidade de criar um contraste com tudo o resto, porque esse contraste acaba por valorizar as próprias obras e, ao mesmo tempo, faz a imagem de Nossa Senhora sobressair.”

Europa pode perder “espírito humanista”

Na Eucaristia de reabertura ao culto da basílica de Nossa Senhora do Rosário, esta terça-feira, o bispo de Leiria-Fátima alertou para as consequências da perda da “dimensão transcendente” na Europa.

Para D. António Marto, a Europa e a sociedade portuguesa “correm o risco de perder o espírito humanista e fraterno”, como, afirmou, se tem verificado na gestão da crise dos refugiados.

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