28 jan, 2016 - 13:21
A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que entre três a quatro milhões de pessoas podem vir a ser infectadas pelo vírus Zika, entre as quais um milhão e meio só no Brasil. A estimativa foi divulgada, esta quinta-feira, por um especialista desta organização das Nações Unidas.
Marcos Espinal revelou que em breve será publicado um estudo sobre o vírus e a correlação com os casos de microcefalia que têm sido registados no Brasil. “Não sabemos ainda se o vírus instala-se na placenta e gera ou causa microcefalia. Nós pensamos que tem interferência, disso não temos dúvidas”, explicou ao conselho executivo da OMS, numa reunião em Genebra.
A OMS marcou para segunda-feira uma reunião de emergência para discutir o surto, que está a “propagar-se de forma explosiva” na América Latina. A expressão é da directora-geral da instituição, Margaret Chan, que espera que a partilha de informações ajude a encontrar o caminho certo para combater a doença.
“Solicitei ao Comité de Urgência para se reunir. O objectivo é que a comunidade científica se reúna e trabalhe com os países mais afectados, como é o caso do Brasil e outros, para analisarmos os factos. Devemos partilhar todas as informações de forma transparente. Só com todos os factos e informações com uma análise apropriada, será possível combater as falhas. Espero que esta reunião de peritos nos ajude a encontrar uma solução”, justificou.
A OMS também vai determinar, na próxima semana, se o surto constitui uma emergência sanitária de alcance internacional.
Brasil e Colômbia são os mais afectados
O surto do vírus afecta mais de 20 países na América Latina. A situação mais grave é a do Brasil, onde o ministério da Saúde estima a ocorrência de entre 497.593 e 1.482.701 casos em 2015, incluindo 3.893 casos de microcefalia.
A Colômbia é o segundo país mais atingido, tendo sido confirmados 13.808 casos, incluindo em 890 grávidas, e 2.611 casos suspeitos.
O Zika é transmitido aos seres humanos por picada de mosquitos infectados e está associado a complicações neurológicas e malformações em fetos. Não se transmite de pessoa para pessoa.
Até agora, Portugal registou cinco casos de vírus Zika, todos eles importados do Brasil.
A Direcção-Geral da Saúde (DGS) indica que "os sintomas e sinais clínicos da doença são, em regra, ligeiros: febre, erupções cutâneas, dores nas articulações, conjuntivite, dores de cabeça e musculares".