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Jerónimo explica desaire nas presidenciais com Nóvoa e Marcelo

26 jan, 2016 - 18:46

O líder comunista considera que Marcelo Rebelo de Sousa "partiu com quilómetros de avanço, não fez campanha, não foi às questões de fundo".

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O pior resultado de um candidato presidencial comunista, nas eleições de domingo, resultou da adesão ao concorrente Sampaio da Nóvoa e da anunciada vitória de Marcelo Rebelo de Sousa, afirma o secretário-geral do PCP.

"Nestas eleições, o objectivo declaradamente assumido de derrotar o candidato de PSD/CDS e colocar na Presidência quem contribuísse para a defesa e cumprimento da Constituição foi entendido por muitos democratas e patriotas como uma expressão do seu voto na candidatura de Sampaio da Nóvoa na primeira volta, antecipando aquilo que apenas se colocaria na segunda volta, afectando assim o resultado de Edgar Silva", disse Jerónimo de Sousa, após uma reunião do Comité Central.

O líder comunista acrescentou ainda que os escassos 4% obtidos por Edgar Silva também se deveram à "insistente proclamação da vitória de Marcelo Rebelo de Sousa à primeira ou segunda volta", a qual terá contribuído para "conduzir à abstenção de muitos milhares de eleitores".

Relativamente às despesas da campanha e falhada que foi a subvenção estatal, Jerónimo de Sousa disse que o PCP está "a fazer contas" e vai assumir, "até ao fim, essas responsabilidades com dinheiro do partido", sem "ter de pedir empréstimos". No orçamento previsto, Edgar Silva era o candidato presidencial que mais previa gastar, cerca de 750 mil euros, com contribuições prévias de 342.250 euros por parte de PCP e "Os Verdes".

"Ninguém melhor do que nós poderia consciencializar e mobilizar militantes e amigos do partido e democratas e patriotas, mas muitos perspectivaram que o melhor era reforçar a candidatura de Sampaio da Nóvoa, que acabou por se traduzir num ganho pequeno e na redução da votação no meu camarada Edgar Silva", resumiu.

Sobre Marcelo Rebelo de Sousa, o dirigente comunista sublinhou que o ex-presidente social-democrata e comentador político "partiu com quilómetros de avanço, não fez campanha, não foi às questões de fundo" e que lhe "bastava comer um bolo ou dar uma trincadela numa sandes para ser notícia", além das "muitas horas no horário nobre da televisão" durante anos e anos.

Questionado sobre o ambiente na reunião do órgão alargada de direcção do PCP, Jerónimo de Sousa desvalorizou algumas notícias sobre a eventual "temperatura quente" do encontro em virtude dos fracos resultados e a hipótese de os mesmos terem sido influenciados pelo acordo celebrado com o PS.

"Só se for do ar condicionado... Há um ambiente ameno, construtivo, de grande convergência, unidade e coesão", brincou, acrescentando que "não há nenhum elemento de perturbação ou posicionamentos críticos", mas antes "um momento de reflexão, análise e perspectiva de intervenção para a frente, na preparação do XX Congresso", agendado para o início de Dezembro.

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