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“Centenas de civis mortos” e “destruição massiva”. Amnistia acusa Rússia de crimes de guerra na Síria

23 dez, 2015 - 08:11

O conflito na Síria já causou mais de 250 mil mortes e milhões de deslocados e refugiados desde 2011.

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A Amnistia Internacional (AI) acusou a Federação Russa de ter matado "centenas de civis" e causado "destruição massiva" na Síria com as operações aéreas contra zonas de habitação, o que pode "constituir crimes de guerra".

Os dirigentes de Moscovo envolveram-se militarmente na Síria desde finais de Setembro, em apoio ao Presidente sírio, Bachar al-Assad, e afirmam realizar ataques aéreos contra "grupos terroristas", entre os quais o que se designa por Estado Islâmico.

Mas os países ocidentais e árabes acusam os russos de atacar a oposição moderada, mais do que este grupo.

Em relatório divulgado esta quarta-feira, a Amnistia Internacional acusou a Federação Russa de recorrer a "bombas de submunições" e "bombas não guiadas" contra "zonas de habitação com forte densidade de população".

A organização não-governamental (ONG) baseada em Londres menciona, entre outras, seis operações nas província de Homs, no centro, Idleb, no noroeste, e Alepo, no norte, entre Setembro de Novembro, que causaram a morte a "pelo menos 200 civis e uma dezena de combatentes".

No seu texto, a AI acrescentou que "alguns ataques aéreos russos parece que visam directamente os civis ou bens de carácter civil, porque incidem sobre zonas de habitação, onde não há objectivos militares aparentes, e por vezes estruturas médicas, causando mortes e feridos entre os civis", afirmou Philip Luther, director da Amnistia para o Médio Oriente, em comunicado que acompanha o relatório.

"Estes ataques podem constituir crimes de guerra", resumiu.

No comunicado é afirmado ainda que "nenhum alvo militar ou combatente se encontrava na proximidade imediata" dos ataques, considerando-se que "estes ataques podem constituir um atentado ao direito humanitário internacional".

Em um dos principais ataques documentados pela Amnistia, três mísseis foram disparados contra um mercado muito concorrido, no centro de Ariha, localidade na província de Idleb, causando 49 mortos.

Noutro ataque, pelo menos 46 civis, entre os quais 32 crianças e 11 mulheres, que se tinham abrigado no subsolo de um imóvel, foram mortos em 15 de outubro" na localidade de Al-Ghanto, na província de Homs.

O Observatório Sírio dos Direitos do Homem recenseou, por seu lado, entre o final de Setembro e 21 de Dezembro, a morte de 2.132 pessoas resultante dos ataques russos, entre os quais 710 civis, incluindo 161 crianças e 104 mulheres.

O conflito na Síria já causou mais de 250 mil mortes e milhões de deslocados e refugiados desde 2011.

A Human Rights Watch também já tinha denunciado, em 20 de Dezembro, a utilização crescente de bombas de submunições desde o início do envolvimento russo na Síria. O que são? Uma espécie de contentor que junta várias, por vezes, centenas de minibombas. Depois de lançado, o contentor abre no ar, espalhando o seu conteúdo, o que permite atingir uma área superior à coberta por uma único engenho explosivo.

Comentários
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  • Givaildo
    23 dez, 2015 Parauapebas PA 15:22
    Brincadeira, Essa (ONG) vem dizer que Russia e culpada de matar civis ! Cadê essa (ONG) desde o inicio do conflito quando os EUA estavam "atacando o estado Islâmico" e os civis morrendo, ou eles só passaram a morrer de Setembro pra cá? Essa secretaria é uma sínica por que os EUA mataram milhares no Afeganistão, Iraque, Líbia e agora na Síria, com ataques sem precedentes derrubando governos afim de garantir petróleo deixando os Países arrasados por onde passam Milhões DE VIDAS DESTRUÍDAS PELA GUERRA QUE ELES (EUA) PROVOCAM
  • Givaildo
    23 dez, 2015 Parauapebas PA 15:17
    Brincadeira, Essa (ONG) vem dizer que Russia e culpada de matar civis ! Cadê essa (ONG) desde o inicio do conflito quando os EUA estavam "atacando o estado Islâmico" e os civis morrendo, ou eles só passaram a morrer de Setembro pra cá? Essa secretaria é uma sínica por que os EUA mataram milhares no Afeganistão, Iraque, Líbia e agora na Síria, com ataques sem precedentes derrubando governos afim de garantir petróleo deixando os Países arrasados por onde passam Milhões DE VIDAS DESTRUÍDAS PELA GUERRA QUE ELES (EUA) PROVOCAM
  • Carlos Fialho
    23 dez, 2015 Matosinhos 13:54
    Qual a guerra, que não tem vitimas civis? Alem disso, a maioria destes grupelhos militarizados, não tem aquartelamentos, servindo-se de instalações, consideradas civis para o efeito e dos próprios civis como escudos. A amnistia, especializada nestas denuncias, instalada no mundo civilizado?!, faz os seus relatórios baseados no que os grupos oposicionistas destes paises, dizem. É uma farsa!!
  • Paulo
    23 dez, 2015 Vagos 13:49
    Infelizmente é assim.... os inocentes, em qualquer conflito é sempre a principal vítima. P.S. - Para quem escreveu o artigo: a um jornalista pede-se rigor ao escrever o português. É pena ver que quem o escreveu ou comentou fale ou escreve tão mal o português. Estou a rferir-me ao facto de escreverem "destruição massiva.." ; em português correcto; "destruição maciça!". "Massiva" é meio português-meio inglês. Podia citar outros erros, mas o mais importante é lamentar a morte de inocentes deste conflito que não tem fim à vista. É um assunto complexo e terrível onde o sangue continua a ser derramando, a dor e o pranto entoam mais forte que as explosões e a atitude do mundo face a estes eventos continua a ser desproporcionada. Até quando?
  • Oliveira
    23 dez, 2015 Sintra 12:54
    Se a amnistia não diz nada, não leva dinheirinho do americanos. Não passam de uns cínicos.
  • Yaca
    23 dez, 2015 Damaia 11:36
    Estas notícias não são mais do que propaganda! E é sinal de que os bombardeamentos russos estão a resultar. Que há mortes civis, infelizmente é verdade. Uma das manobras dos terroristas para não serem atingidos é misturarem-se com a população e permanecerem dentro das mesquitas.
  • louro
    23 dez, 2015 lourinhã 11:26
    Concordo com a denúncia de todo o tipo de crimes, menos os que os israelitas levam a cabo sobre os palestinianos com o apoio dos Estados Unidos, e os que os americanos levam a cabo em todas as partes do mundo para saquearem os bens naturais, como o petróleo, e afirmarem a sua hegemonia.
  • silva
    23 dez, 2015 coimbra 10:47
    é de lamentar a morte de inocentes sejas por quem for, mas estas noticias são vergonhosa propaganda. De facto as bombas inglesas, francesas dos estados unidos, estes crónicos profissionais de bombardeamentos incluindo napalm e bombas atómicas, nunca matam inocentes e como tal ganham prémios nobeis da paz. O mundo desta imprensa é igualmente criminoso mas para a aministia não conta!!!! O mundo é do crime e do cinismo....
  • António Costa
    23 dez, 2015 Cacém 10:33
    "...de atacar a oposição moderada...." Moderada? Oposição Moderada? Mas qual oposição Moderada? Quem os "Canibais"? Os últimos de Cristãos de Mossul e do Norte da Síria foram levados ao GENOCIDIO e ao EXTERMINIO! Os xiitas do Iémen estão a ser MASSACRADOS às dezenas de milhar! Agora que as populações sunitas sofrem centenas de baixas depois de terem MASSACRADO centenas de milhar de cristãos e xiitas é que os "Neo-Nazis" da "Amnistia Internacional" vem falar! Os 1 300 milhões de dólares em bombas inteligentes que a "coligação" liderada pela Arábia Saudita não mataram ninguém no Iémen?
  • Pois é!
    23 dez, 2015 Eoquefazer? 10:09
    Eu tenho pena é dos inocentes que não têm culpa nenhuma, mas a verdade é que isto não tem tempero. Os terroristas misturam-se entre civis e depois passam impunes. Isto sem botas no terreno é como atirar às cegas. E quem deveria fazer guerra e perseguir este daesh era os países do oriente. Mas pelos vistos os países como a turquia e arábia são coniventes com os terroristas, ou usam das mesmas ideologias. Assim o daesh não tem fim à vista e o mundo nunca mais terá segurança com este bando de assassinos, que matam para impor um regime absoluto e por sede de poder. Tristeza!

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