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Cavaco Silva

“Governação ideológica" é "sempre derrotada pela realidade”. Olhem para Varoufakis

22 dez, 2015 - 16:30

O Presidente aponta a Grécia como exemplo de um Governo que teve de ceder ao pragmatismo.

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O Presidente da República considera que embora a “governação ideológica” possa durar algum tempo acaba sempre por ser “derrotada pela realidade”, sublinhando que na governação concreta, o que domina é o pragmatismo.

“Observando a zona euro, verificamos que a governação ideológica pode durar algum tempo, faz os seus estragos na economia, deixa facturas por pagar, mas acaba sempre por ser derrotada pela realidade”, afirmou o chefe de Estado, Aníbal Cavaco Silva, numa intervenção no encerramento do Conselho da Diáspora, que decorreu no Palácio da Cidadela, em Cascais.

Apontando a crise grega e a negociação do terceiro resgate como “exemplo que em matéria de governação a realidade acaba sempre por derrotar a ideologia”, Cavaco Silva vincou que nos governos da União Europeia o que domina é o pragmatismo.

A “ideologia económica” na zona euro, continuou, “só resiste como modo de vida de comentadores, de analistas políticos, de articulistas que fazem o deleite de alguns ouvintes, de alguns leitores, em tempos de lazer” e o ex-ministro das Finanças grego Yanis Varoufakis é “um exemplo claro que essa governação económica só resiste nos comentadores”.

“Na governação concreta, o que domina é o pragmatismo”, defendeu.

Falando ainda sobre a zona euro – que permanece como um “núcleo duro” – Cavaco Silva disse entender que, depois da “prova de resistência” por que passou com a crise na Grécia, onde houve “a consciência clara de que a desagregação teria custos gigantescos”, há neste momento a sensação de que “os riscos de desmembramento são pequenos”.

Agora, acrescentou, para manter a solidez do núcleo da zona euro é fundamental reforçar os alicerces do projecto, criar uma verdadeira união económica e financeira, completar a união bancária, que se junta à união monetária que já existe, e criar uma verdadeira união orçamental que possa assegurar a disciplina orçamental e a sustentabilidade da divida pública em todos os estados membros.

“Portugal mantém-se à tona de água porque integra este núcleo duro da zona do euro, Portugal não tem alternativa, se saltasse fora afundava-se”, vincou.

Numa intervenção em que falou igualmente sobre terrorismo e segurança, o chefe de Estado advertiu ainda para a necessidade de o poder político cuidar “com muita atenção” da preservação da confiança, sublinhando que os empresários olham para Portugal como um país com ambiente favorável para o investimento e um país em que se pode confiar.

Comentários
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  • Luis
    23 dez, 2015 Lisboa 11:42
    Logo que ele deixe a presidência ponham-no numa clinica para ver se o curam. Nós todos pagamos. Fica mais barato do que vão ficar todas as mordomias que vai ter logo que deixe de ser presidente e assim deixa de dizer palermices. Se é que ainda vai a tempo.
  • Enkavakado
    23 dez, 2015 Trajouce 10:13
    A desgovernação (ideologia) ultra néo liberal levada a cabo ao longo dos anos pelo sr Silva arruinou Portugal, e phodeu a vida à maioria dos Portugueses (isso hoje é notório). Ao invés, ele, e muitos outros politiqueiros interesseiros (quase todos da mesma ideologia) estão hoje riquissimos!
  • Salazar
    23 dez, 2015 Portugal 08:18
    Também os dinheiros e favores do BPN acabaram sempre por favorecer o compadrio.ou já esqueceu? Sr.Silva
  • Salazar
    23 dez, 2015 Portugal 08:17
    Também os dinheiros e favores do BPN acabaram sempre por favorecer o compadrio.ou já esqueceu? Sr.Silva
  • Salazar
    23 dez, 2015 Portugal 08:17
    Também os dinheiros e favores do BPN acabaram sempre por favorecer o compadrio.ou já esqueceu? Sr.Silva
  • Paulo
    22 dez, 2015 vfx 18:58
    E o neo-liberailsmo não é uma ideologia? vender tudo,ao desbarato e o povo ou emigre ou trabalhe para grupos estrangeiros por uma miséria.

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