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Glossário

Da acupunctura à homeopatia. Um guia para não meter tudo no mesmo saco

22 dez, 2015 - 17:12

Fitoterapia, acupunctura, quiropráxia, osteopatia e naturopatia. Estas terapêuticas não-convencionais são reconhecidas pela lei há mais de dez anos. Este ano, regulamentaram-se alguns ciclos de estudos, mas a medicina tradicional chinesa e a homeopatia ficaram de fora. O que são ao certo estas práticas? A Renascença preparou um glossário para o esclarecer.

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As portarias que regulamentam os cursos de acupunctura, fitoterapia, naturopatia, osteopatia e quiropraxia foram publicadas a 5 de Junho em "Diário da República", permitindo a regularização dos profissionais que exercem estas terapêuticas em Portugal. Cerca de dois mil especialistas em medicinas alternativas já apresentaram pedidos de cédulas profissionais, segundo a Plataforma Pró-lei Terapêuticas Não Convencionais.

O Bloco de Esquerda quer ir mais longe e já perguntou ao Governo por que é que ficaram de fora a medicina tradicional chinesa e a homeopatia.

Na pergunta que fez ao Governo, o Bloco diz que o processo de regulamentação das terapias ditas não-convencionais "passou por muitas vicissitudes" e está em vias de ser concluído, para bem "dos profissionais, das escolas, dos utentes e da saúde pública".

Mas o que distingue estas práticas? Da medicina chinesa à osteopatia, passando pela polémica homeopatia, confira os termos para não se perder na esquina entre a clínica e o vão de escadas.

Acupunctura é um ramo da medicina tradicional chinesa (MTC). De acordo com a terminologia da Organização Mundial da Saúde, é um método de tratamento complementar. Foi também declarada Património Cultural Imaterial da Humanidade pela UNESCO em 2010.

Fitoterapia é o estudo das plantas medicinais e da sua aplicação na cura de doenças. Na China, terá surgido por volta de 3.000 antes de Cristo quando o imperador Cho-Chin-Kei descreveu as propriedades do ginseng e da cânfora.

Homeopatia é uma terapia alternativa iniciada por Samuel Hahnemann em 1796. A homeopatia vê os sintomas como uma reacção contra a doença. É o segundo sistema médico mais utilizado no mundo. Pesquisas científicas têm mostrado que os remédios homeopáticos são ineficazes e seu mecanismo de funcionamento implausível. Entre a comunidade médica e científica internacional, a homeopatia é geralmente considerada uma pseudociência e como uma forma de charlatanismo.

Naturopatia é uma terapia complementar, que enfatiza a capacidade intrínseca do corpo para se curar a si próprio. Os naturopatas utilizam recursos naturais como ervas e alimentos em vez de medicamentos sintéticos e cirurgias. A naturopatia inclui diversas modalidades de tratamento, e alega uma uma abordagem holística (do todo) na assistência ao paciente.

Medicina Tradicional Chinesa é a denominação dada ao conjunto de práticas de medicina tradicional em uso na China, desenvolvidas ao longo da história do país. A MTC é utilizada principalmente como medicina alternativa, com carácter complementar e não substitutivo à medicina ocidental. Tem por princípio básico a teoria da energia vital do corpo que circula através de meridianos, os quais terão ramificações que os ligam aos órgãos. Os conceitos de “corpo” e “doença” utilizados pela MTC baseiam-se em noções de uma cultura pré-científica, em voga até o advento das pesquisas médicas modernas dos anos 1800. A pesquisa científica até à data não encontrou nenhuma prova fisiológica dos conceitos tradicionais chineses, como o "qi", os meridianos ou mesmo os pontos de acupunctura.

Osteopatia é uma prática de medicina alternativa que consiste na utilização de técnicas de mobilização e manipulação articular, bem como dos tecidos moles. Os osteopatas acreditam que esses procedimentos ajudam o corpo a curar-se sem recurso a intervenções mais agressivas. A osteopatia foi criada em 1874 pelo médico norte-americano Andrew Taylor Still.

Quiropráxia é uma profissão que se dedica ao diagnóstico, tratamento e prevenção das disfunções mecânicas no sistema neurológico, muscular e esquelético e os efeitos dessas disfunções na função normal do sistema nervoso e na saúde geral. Há uma ênfase no tratamento manual incluindo a manipulação articular ou "ajustamento". A validade científica da quiropráxia é polémica.

Comentários
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  • Luis
    24 dez, 2015 Lisboa 10:06
    Só neste País à beira mar encalhado cada vez mais esmifrado por autênticas organizações mafiosas travestidas de Instituições publicas é que se verifica isto. Nunca nada é feito a pensar no cidadão. Tudo é feito sempre a pensar num determinado grupo de interesses. Os interesses dos cidadãos vêm sempre em treceiro ou quarto lugar. Por ex: Antes da crise Portugal tinha um dos parques automoveis mais modernos da Europa mas apesar disso qualquer carro com dez anos ou mais tinha e tem que fazer inspeção obrigatoria uma vez por ano. Na Alemanha, País que os nossos politicos gostam muuito de referir para aquilo que lhes interessa, as inspeções são de dois em dois anos. Com isto esmifra-se os cidadãos, enriquece-se os donos dos centros de inspeção e todos aqueles que vivem do processo de corrupção que gira à volta das inspeções. Como este milhares de exemplos.
  • Dinis S Luís
    22 dez, 2015 Fernão Ferro 21:31
    É tudo polémico, não é verdade? Os representantes da medicina convencional, desumanizada e brutal na forma insensível como trata a pessoa humana que sofre, não tem escrúpulos em usar de todos os argumentos possíveis e imaginários, para tentar não perder o controlo (monopólio) que detém sobre a área da saúde. Infelizmente para eles, dia a dia vão perdendo cada vez mais a razão. As pessoas vão abrindo os olhos e descobrindo que há métodos mais humanos e eficazes e, sobretudo, menos invasivos e brutos do que os que eles usam. Para falar verdade pouco evoluíram desde os tempos em que sangravam a veia para curar o que não sabiam curar. Foi aí que surgiu a homeopatia. E o seu criador não era nenhum charlatão. Era um médico que falava 5 línguas e que, desiludido com as práticas correntes da medicina convencional, negou-se a continuar a participar na brutalidade da sua prática. Como era um bom observador, descobriu que o que Hipócrates havia dito sobre as 2 formas de curar estava correto, e que se podia curar usando substâncias que provocavam sintomas semelhantes aos de certas doenças. Conclusão: a forma desesperada como se debatem os apologistas da química não lhes vai servir de grande coisa. Países muito mais desenvolvidos já reconheceram as vantagens das Medicinas Alternativas. A própria Organização Mundial de Saúde já o fez, e recomendou aos governos dos diversos países que tratem de aproveitar o seu enorme potencial. Será que também a OMS está enganada? Duvido muito.

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