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Quase metade dos rótulos de carne bovina sem referência à origem, diz a Deco

21 dez, 2015 - 17:51

Desde Abril deste ano que a carne de suíno, ovino, caprino e aves de capoeira deve indicar a origem, mas tal ainda não acontece em muitos casos.

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Quase metade das 288 peças de carne de vaca inspeccionadas pela Deco não tinha qualquer referência à sua origem no rótulo, uma obrigação legal há já 15 anos.

Segundo um estudo divulgado esta segunda-feira pela Deco, dois terços da carne de vaca inspeccionada apresentava falhas na rotulagem: 44% da carne dos talhos de rua ou supermercados não tinham referência à origem e, em 24% das situações, a rotulagem tinha falhas ou omissões, como o local de desmancha.

A Deco inspeccionou este ano 729 peças de carne, 288 das quais de vaca, visando encontrar a indicação da sua origem no rótulo, tal como obrigatório por lei, desde 2000. Nesta análise incluíram-se visitas a 126 talhos e supermercados feitas em Junho de 2015.

A associação de defesa do consumidor assume que deu especial enfoque à carne de vaca, uma vez que a lei que obriga a conhecer a sua origem tem já 15 anos, datando de 2000, altura do escândalo da BSE ou “doença das vacas loucas”.

Desde Abril deste ano que as exigências quanto à origem foram alargadas à carne de suíno, ovino, caprino e aves de capoeira.

Em 60% de todas as peças de carne analisadas, a rotulagem estava de acordo com a lei, mas em 28% dos casos não havia referência à origem. Nas restantes 12% havia outro tipo de falhas nos rótulos.

“Este nosso estudo sobre rotulagem da carne revela que ainda existem muitas falhas”, sintetiza a Deco num artigo intitulado “A origem desconhecida da carne”.

“O regime comunitário de rotulagem obrigatória continua a não ser totalmente cumprido. Os talhos, tanto de rua como de hipermercado, têm de melhorar a rotulagem da carne, indicando as menções obrigatórias, para se saber detalhadamente todo o percurso”, refere a associação de defesa do consumidor.

Sem as informações do rótulo, “o sistema de rastreabilidade cai por terra”, tornando-se impossível chegar à origem da carne e actuar quando surgem irregularidades que ponham em causa a segurança dos consumidores.

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