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A "Black Friday" é uma "black fraude"? Deputados querem saber

10 dez, 2015 - 12:17

Dois deputados socialistas questionaram o ministro da Economia sobre a legalidade das práticas do comércio retalhista a coberto dos dias "Black Friday".

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Os deputados do PS Hortense Martins e Filipe Neto Brandão questionaram o ministro da Economia sobre a legalidade das práticas do comércio retalhista a coberto dos dias "Black Friday", descontos cuja veracidade foi posta em causa.

Num requerimento entregue na Assembleia da República, os deputados questionam também o ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, sobre o número de queixas relacionadas com os preços praticados nos dias "Black Friday".

"Quantas queixas relacionadas com os preços praticados nos dias 'Black Friday' foram apresentadas à Autoridade de Segurança Alimentar (ASAE) e Económica e à Direcção-Geral do Consumidor ao longo dos últimos quatro anos”, perguntam.

Os socialistas recordam que foi feito eco na comunicação social de "dúvidas várias" sobre a conformidade legal de algumas práticas efectuadas pelo comércio retalhista, sobretudo em relação aos descontos de preços praticados.

"Sobre tais práticas, algumas organizações, entre elas a Deco, apresentaram dados susceptíveis de por em causa a veracidade dos descontos que alguns comerciantes anunciaram nesses dias", sustentou.

Hortense Martins, vice-presidente da Comissão de Economia, Inovação e Obras Públicas (CEIOP), adiantou ainda que a Deco "divulgou publicamente" a recepção de várias queixas de consumidores, dando conta de "aumentos de preços" nos dias anteriores aos alegados descontos ou saldos dos mesmos produtos.

"De acordo com essas denúncias, outra conclusão não resulta senão a de que tais lojas aumentaram previamente os preços, daqui resultando uma manipulação de preços que poderá estar a violar a lei", concluem os deputados.

Pedem ainda à tutela o número de decisões condenatórias e o montante das coimas aplicadas por violação da Lei dos Saldos e das Promoções e a Lei das Práticas Comerciais Desleais.

Comentários
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  • António Jordão
    10 dez, 2015 Batalha 15:46
    Se mais não houvesse... até parece! Anda muito desatento. Agora é que se questiona o governo. Eu diria que agora é que estamos na época dos "yes men"!
  • diocleciano sequeira
    10 dez, 2015 trofa 14:34
    Nao sei qual e o espanto! Os outlets fazem o mesmo durante todo o ano ... Aumentam os precos para depois fazerem os descontos e ate colocam avisos de nova colecao o que contraria a lei .
  • António Fagundes
    10 dez, 2015 Ermesinde 14:04
    Bem, com os empresários portugueses outra coisa não se poderia esperar. Tudo que dê para meter a mão nos bolsos dos consumidores é motivo de festa e rígida. Impressionante como alguns consumidores ainda acreditam no bom coração destes senhores...irra.
  • Se mais não houvesse
    10 dez, 2015 lis 13:58
    Para os direitolas, esta é a diferença entre um Parlamento de boys e girls, "yes men/Yes girls", como acontecia com a anterior "maioria" parlamentar!...Os assuntos são para se colocar ao governo, sem rodriguinhos! É isto a democracia a funcionar!

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