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Francisco Sarsfield Cabral
Opinião de Francisco Sarsfield Cabral
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A Arábia Saudita e o petróleo

04 dez, 2015 • Opinião de Francisco Sarsfield Cabral


A estratégia saudita não deu os resultados esperados. O baixo preço do petróleo não liquidou um número significativo de concorrentes. E a Rússia, o maior exportador de petróleo fora da OPEP, produz tanto quanto é capaz.

A reunião da OPEP nada mudará de imediato no mercado petrolífero mundial. Desde logo porque a OPEP só abastece hoje 40% desse mercado. E porque há incerteza sobre quando o Irão retomará as suas exportações.

Mas a Arábia Saudita parece inclinada a desistir da sua estratégia recente: produzir muito, aumentando a sua quota de mercado e fazendo baixar o preço do petróleo - assim “pondo fora de combate” alguns concorrentes, como os produtores americanos de petróleo e gás de xisto, o crude extraído das areias betuminosas do Canadá e as plataformas no mar profundo do Brasil.

A estratégia saudita não deu os resultados esperados. O baixo preço do petróleo não liquidou um número significativo de concorrentes. E a Rússia, o maior exportador de petróleo fora da OPEP, produz tanto quanto é capaz.

Os sauditas dizem agora aceitar cortar a sua produção, para subir o preço, se os outros países, da OPEP e fora dela, fizerem o mesmo. Ora isto é improvável; a Rússia e o Irão já declararam recusar cortes. Conclusão: a OPEP e o seu líder, a Arábia Saudita, já não controlam o mercado petrolífero mundial.

Comentários
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  • Pereira
    08 dez, 2015 Lisboa 07:30
    È imperativo o ocidente libertar-se da dependência do petróleo ,é uma questão de sobrevivência de uma civilização.Os estados deveriam em conjunto desenvolver a energia dependente do sol, marés,barragens ,geotérmica,vento,fotovoltaicas,ar comprimido etc e enfrentar de vez os interesses instalados a nível dos estados e outras organizações.O petróleo é fonte da instabilidade do planeta em termos ambientais e tendo como efeitos colaterais as guerras e suas tristes consequências.A sua utilização deverá ser mais contida de forma a n destruir em alguns casos povos e economias .È preciso implementar medidas urgentes e prioritárias na produção de energias alternativas,O modelo único de fazer politica ou desenvolvimento sem admitir alternativas tem que acabar.Vivemos com a ditadura do petróleo e irracionalmente com pouca vontade de mudar.Isto é que deveria ser neste momento a maior e mais vasta missão da ONU,EU,etc .Já pensaram a energia q seria produzida se em cada telhado ou zonas rochosas existissem placas voltaicas, produzidas em serie e a custo suportável.A liberdade ,soberania,sobrevivencia e Paz dependem da auto-suficiencia em fontes de energia.
  • Ao Francisco José
    04 dez, 2015 lisboa 17:13
    Só uma palavra para o seu comentário - Brilhante!. Também eu, esperava um comentário sobre a bomba de hoje....como já esperei outros, sobre o acumular constante de aldrabices, malabarismos, trapalhices Pafnianas.... mas parece que nunca o vamos ter...nem no passado o tivemos, nem no presente, ou futuro, o teremos.
  • Éh pá, nem queria...
    04 dez, 2015 Lx 17:06
    ...acreditar, quando li o artigo do Sr. Francisco S. Cabral....imaginem só que..."estratégia saudita não deu os resultados esperados".... e a culpa não é do PS!....Uff..., hoje tivemos folga...
  • Sacudir o Caos
    04 dez, 2015 V. F. Xira 14:08
    E o tráfico de petróleo do EI? Fugir de escrever sobre isso! Tem dentes, morde!
  • Antonio Gouveia
    04 dez, 2015 Lisboa 10:57
    Um aumento significativo do preço do petróleo nesta altura, ditaria uma redução significativa do consumo, quer pela contenção dos consumidores, que desta forma iriam menos vezes à bomba abastecer, mas tambem pelas opções cada vez maiores de energias alternativas, com recurso ao carros electricos. Hoje já existem veículos electricos com autonomia suficiente para as deslocações do dia a dia no meio urbano e os preços têm vindo a baixar. Esta baixa de preço do petroleo, para além de pretender eliminar alguns concorrentes, pretendia sobretudo travar o desenvolvimento de carros electricos . Porém nenhum desses objectivos foi conseguido e o nivel do desenvolvimento da industria automóvel ao niveldos carros electricos nunca o investmento foi tão grande.
  • Francisco José
    04 dez, 2015 Oeiras 10:19
    Vim aqui na expectativa de uma análise ao buraco deixado pelo Governo PSD/CDS que vai rebentar o limite défice, mas o manholas dr. Sarsfield prefere falar do petróleo...
  • António Costa
    04 dez, 2015 Cacém 09:38
    O petróleo é o sangue do Islão. São os lucros fabulosos obtidos com o petróleo que tem permitido aos países árabes, da construção de mesquitas ao apoio de grupos de guerrilha islâmicos, passando pelos "donativos" a forças politicas para "apagarem as luzes" na Europa.