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D. Manuel Clemente. Aumento do salário mínimo é um objectivo, mas há necessidade de respeitar “compromissos internacionais”

07 nov, 2015 - 15:03

Cardeal patriarca diz que aumentar o salário mínimo é “um desiderato” mas isso significa que haja meios para o cumprir.

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O cardeal patriarca de Lisboa partilha do objectivo comum a todos os portugueses de “uma vida mais justa”, mas lembra que, para isso, são necessários meios financeiros e que o país está preso a “compromissos internacionais”.

D. Manuel Clemente reage deste modo ao facto de se preparar uma subida gradual do salário mínimo nacional para os 600 euros.

“Todos nós queremos que todos ganhem mais no sentido de uma vida mais justa para todos, mas isso significa que haja meios para cumprir tal desiderato. Creio que todos os agentes políticos com a responsabilidade que têm saibam conjugar estes factores: o ideal que temos e os meios que temos para o atingir num quadro nacional e internacional que implica responsabilidades aqui e compromissos de fora. Mas os agentes políticos até pelo acesso que têm acesso a dados e conhecimentos encontrem a melhor forma de o fazer”,disse D. Manuel à Renascença, em declarações à margem da conferência anual da Comissão Justiça e Paz que decorre hoje na fundação Calouste Gulbenkian.

Sobre o mesmo tema, o arcebispo de Braga, D. Jorge Ortiga, diz que “há que colocar o bem comum acima do bem particular”, algo que, "até agora, não temos sido capazes de o fazer”.

“O bem universal dos bens é para todos e todos têm direito”, rematou.

"As desigualdades porque há muita vida indigna"

Em relação às questões da desigualdade, D. Manuel Clemente considera que esta é uma realidade negativa que só pode ser ultrapassada com fraternidade O cardeal patriarca lembrou a actualidade da doutrina social da Igreja e apelou ao esforço conjunto para vencer as desigualdades sociais

“A desigualdade é uma realidade negativa que temos de ultrapassar, a fraternidade é o bom espírito que isso pode acontecer. Se nós olharmos para cada ser humano como o potencial infinito que nós temos de respeitar e promover. Ai poderemos resolver a desigualdade”, defendeu.

Para D. Jorge Ortiga, há muita vida indigna fruto das desigualdades que existem e isso deveria escandalizar a sociedade portuguesa. O presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana alerta para a importância de uma sociedade mais fraterna.

“A base de tudo é também uma base do cristianismo, a fraternidade. É a síntese da doutrina cristã. Somos todos irmãos, dizemo-lo, afirmamo-lo mas nem sempre o praticamos. Se praticarmos a fraternidade a igualdade também acontece. As desigualdades acontecem porque há muita vida indigna. Isso devia escandalizar-nos”, rematou.

Comentários
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  • 11 nov, 2015 00:36
    Parece-me um discurso do antes 25 de Abril em que havia informadores do regime ligados à igreja.
  • Fernando Serra
    09 nov, 2015 Samora Correia 23:43
    Este Sr. será que conhece os Evangelhos? Começo mesmo a ter dúvidas. Bem, a 'Santa" Inquisição, tinha as mesmas certezas!
  • Fernando Pinto
    09 nov, 2015 Lisboa 20:37
    Claro, senhor cardeal!... Claro que sim!... Quem é que já disse que não ia respeitar os compromissos internacionais? Diga-nos isso, citando uma só linha que seja. Estou a falar daqueles que o senhor teme que vão para o governo: o PS, o BE e o PCP. Onde tem estado o senhor na denúncia a quem já enganou os portugueses? O "pecado" é o seu pensamento! E porquê? Porque, com muito duvidosa boa-fé, atribui antecipadamente a alguns a incapacidade de pensar razoavelmente sobre a situação. Que nome dão, na sua igreja, a este tipo de comportamentos em que antecipadamente, preconceituadamente, dizemos quem vai pecar e quem vai ser santo? Como diz o Povo, "por amor de Deus!", senhor Cardeal Patriarca!...
  • carlos
    09 nov, 2015 Carcavelos 07:17
    A Igreja de Cerejeira renasce, com o radicalismo da direita serôdia. Ninguém se mexe no CDS e no PSD para repor o caminho no campo político? Ninguém se mexe na Igreja católica para repor o caminho no seu campo? Que tristeza!
  • MARGARIDA PINTO
    09 nov, 2015 SANTO TIRSO 04:39
    O SR. PATRIARCA DE LISBOA SE TIVESSE AS DIFICULDADES DA MAIORIA DOS POBRES QUE TRABALHARAM E DESCONTARAM TODA A VIDA PARA AGORA RECEBER UMA MAGRA REFORMA ESTARIA MAIS DE ACORDO COM O AUMENTO SALARIAL E MENOS PREOCUPADO COM A DÍVIDA EXTERNA QUE NÃO FOI PROVOCADA PELOS POBRES MAS ,SIM PELOS BANCOS ,E PELAS REFORMAS CHORUDAS QUE CERTAS PESSOAS RECEBEM,, E PELA MÁ GERÊNCIA DO NOSSO DINHEIRO PÚBLICO ,MAUS GESTORES MAU GOVERNO, VIDA DE SACRIFÍCIO PARA OS POBRES ,MAS QUE DEMOCRACIA É ESTA
  • Maria Soares
    09 nov, 2015 Lisboa 02:42
    Isto é uma vergonha vindo de um Cardeal, primeiro estão as pessoas e a sua subsistencia depois tudo o resto. Isto é uma vergonha ao que isto chegou senhor cardeal.
  • jacinta bezerra
    08 nov, 2015 viana do castelo 21:25
    Que deus o ajude sempre a defender os pobres k o nosso governo so tem dinheiro para as reformas dos ricos bem aja
  • B.V.
    08 nov, 2015 Lisboa 16:37
    O aumento dramatico do salario minimo apenas vai aumentar o desemprego entre as pessoas menos qualificadas.
  • belisario rocha de s
    08 nov, 2015 marecos penafiel 14:25
    Na mesa dele nada lhe faltará ..!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
  • Carlos Correia
    08 nov, 2015 Lisboa 12:53
    É dos livros e da sabedoria popular: Não há pior cego do que aquele que não quer ver ! Não pior surdo do que aquele que não quer ouvir ! E eu acrescento : Não há pior cidadão do que aquele que não quer ver nem ouvir a realidade.

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