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Cavaco não se arrepende de "uma única linha" do que disse

28 out, 2015 - 12:14

Muito criticado pelas considerações que fez sobre o PCP e o Bloco de Esquerda, o Presidente recusa ter feito um discurso de "seita ou partidário".

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O Presidente da República garante não estar arrependido "nem de uma única linha" do que disse sobre a nomeação do Governo, assegurando não ter qualquer interesse pessoal e apenas se guiar pelo superior interesse nacional.

"Aquilo que havia a dizer sobre esse assunto já disse na intervenção que eu produzi que foi muito clara e não estou arrependido nem de uma única linha de tudo aquilo que eu disse", afirmou o chefe de Estado, em declarações aos jornalistas em Roma, onde participa esta tarde no X Encontro COTEC Europa.

Garantindo que não tem, nem nunca teve, qualquer interesse pessoal, Cavaco Silva garantiu que até ao último dia do seu mandato se guiará sempre pelo "superior interesse nacional".

"Como sabem nunca tive nem tenho qualquer interesse pessoal, desde o primeiro dia do meu mandato, até ao último dia do meu mandato guiar-me-ei sempre, sempre, sempre pelo superior interesse nacional", assegurou.

Cavaco Silva foi muito criticado pelas considerações que fez sobre o PCP e o Bloco de Esquerda no discurso em que indigitou Pedro Passos Coelho como primeiro-ministro.

Recusando ter feito um discurso de "seita ou partidário", o Presidente reiterou que assumirá as suas responsabilidades porque a sua única preocupação "é a defesa do superior interesse nacional, depois de estudar muito aprofundadamente todos os problemas.

Questionado sobre o que irá fazer caso o Governo liderado por Passos seja chumbado no Parlamento, Cavaco escusou-se a responder, argumentando que em Roma não fará qualquer comentário sobre a política portuguesa.

O chefe de Estado escusou-se igualmente a falar sobre a composição do executivo que o primeiro-ministro indigitado levou na terça-feira ao Palácio de Belém, dizendo apenas que aceitou os nomes propostos e que na sexta-feira, quando der posse do novo Governo, fará uma nova intervenção.

O Presidente da República, Cavaco Silva, anunciou quinta-feira que indigitou o líder do PSD, Pedro Passos Coelho, como primeiro-ministro, e afirmou que apesar de um executivo PSD/CDS-PP poder não assegurar inteiramente a estabilidade política necessária, um Governo apoiado pelo PS, PCP e BE seria "claramente inconsistente" e teria consequências financeiras, económicas e sociais "muito mais graves".

Cavaco lembrou ainda que "a última palavra" na formação do Governo cabe aos deputados, a quem compete decidir "em consciência tendo em conta superiores interesses da nação" se o Governo deve assumir as suas funções.

Comentários
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  • juan jagunzo
    18 set, 2017 Porto 19:00
    O professor foi o culpado ao não convocar novas eleições ou não esperava pela esperteza saloia do Costa?
  • Inês nobrega
    29 out, 2015 Aveiro 09:51
    Acho muito bem que não se arrependa do que disse, e que o P. R. vá até ao fim com a sua tomada de posição, que foi clara e precisa , ao contrário do que tanto se tem escrito. Assim esperam milhares de portugueses que mantenha a sua palavra até ao final. Portugal entrou na U.E. e no Euro com o voto negativo de 2 partidos ANTI-EUROPA e ANTI-EURO e que durante anos sucessivos defenderam a saída desse mesmo acordo europeu, esquecendo-se que Portugal sem a Europa não consegue sobreviver.
  • César Moreira
    28 out, 2015 Bragança 21:32
    Pelos últimos acontecimentos digo agora com muita convicção que nos destinos do nosso país ainda existem Homens notáveis merecedores dos Cargos que desempenham de forma Distinta em nome dos superiores interesses de Portugal. Como afirmou Roy Jenkins sobre Winston Churchill. “Para se conhecer a real estatura de um político é necessário entender a maneira como ele age nos momentos de dificuldade e porque opta por este e não por aquele caminho”. O desempenho de Sua Excelência o Senhor Presidente da Republica, leva-nos a perceber que quem comanda assim, é um ser humano dotado de grandeza e coragem, que não vacila e tem sempre presente os Superiores interesses de Portugal.
  • MOS
    28 out, 2015 aquarteira 12:37
    Qual a confiança que merecem Partidos que abertamente atracoarão o seu eleitorado, que enfiaram "na gaveta" os seus valores,principios e declarações de aparente determinação que fizeram na noite no rescaldo da eleições por, apesar dos 4 anos de austeridade acoligação, que detesto, ter conseguido a MAIORIA ? De futuro temos de votar em branco já que a democracia não passa de um chavão e serve apenas os interesses de lobies que se estão nas tintas para p País e seu Povo.
  • eugeniocouceiro
    28 out, 2015 Covilhã 12:33
    Quero até onde vai o superior interesse nacional, após a queda do governo...
  • F. SILVA
    28 out, 2015 Tomar 12:29
    O "superior interesse nacional" é um chavão utilizado frequentemente por este indivíduo, cujo valor é nulo e cujo significado deverá ser: interesse da manutenção no poder da minha "seita" preferida.

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