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Reitor do Santuário: Poder político continua a envergonhar-se de Fátima

13 out, 2015 - 10:53

"Continuamos a reconhecer que é muito insuficiente a aposta na divulgação externa de Fátima e que isso depende do poder político", declarou o padre Carlos Cabecinhas.

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O reitor do Santuário diz que "o poder político continua a envergonhar-se de Fátima" e que a aposta na promoção externa do principal local de peregrinação do país é "muito insuficiente".

"O Santuário de Fátima cresceu com ofertas dos peregrinos e não com apoios do governo e, nesse sentido, manteve sempre uma distância e uma independência em relação ao poder político", começou por dizer à agência Lusa o padre Carlos Cabecinhas.

Esta posição "não significa uma indiferença", nem que não tenha "expectativas em relação àquilo que deveria ser o olhar do poder político para a importância de Fátima hoje em dia", continuou o reitor, quando questionado se gostaria de um outro olhar do poder político para a cidade-santuário que, em 2017, comemora o centenário das aparições.

"Reconhecemos, actualmente, o relevo que o Turismo de Portugal vai procurando dar ao turismo religioso e, concretamente, o Turismo Centro de Portugal ao fenómeno de Fátima. Continuamos a reconhecer que é muito insuficiente a aposta na divulgação externa de Fátima e que isso depende do poder político", declarou o responsável.

À margem da peregrinação internacional de Outubro, que termina esta terça-feira ao Santuário de Fátima, no distrito de Santarém, coincidindo com o Dia Nacional do Peregrino, que se assinala pelo segundo ano, o reitor sustentou que "o poder político português continua a envergonhar-se de Fátima e isso é embaraçoso".

"Embaraçoso porque Fátima é um dos grandes destinos turísticos portugueses, é um dos grandes cartões-de-visita e a verdade é que o poder político continua a envergonhar-se de Fátima e a querer calar esse fenómeno que é inegável" no país, defendeu.

Carlos Cabecinhas expressou o desejo de que "haja, de facto, uma aposta sincera, real, verdadeira naquilo que é a potencialidade de Fátima", notando não se pretender que o Estado perca a laicidade, mas que reconheça a existência de "todo um valor de um turismo religioso que se dirige a Fátima e que deve ser assumido pelo poder político como não tem sido até agora".

Sobre as comemorações do centenário dos acontecimentos na Cova da Iria, o reitor realçou que o próximo ano é já de celebração.

"Em 2016 estaremos já, plenamente, a celebrar o centenário das aparições do Anjo que prepararam as aparições de Nossa Senhora", afirmou, explicando que o programa do templo para o próximo ano "ajudará os peregrinos a concentrarem-se nessa dimensão religiosa", mas que o santuário vai apresentar, também, propostas a nível cultural.

Comentários
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  • jose santos
    13 out, 2015 parede 14:52
    Deviam ter vergonha de afirmações como estas que me repugnam ler na integra? Aonde esta o dinheiro que teem em aplicações nos bancos' Aonde esta o dinheiro que transferem para o vaticano para depois pagarem por abusos do clero pedófilo Até as velas que as pessoas compram para pagar promessas vcs recolhem a cera e voltam a vender? Será que a PALHOÇOCRACIA continua em FATIMA '
  • luis alberto
    13 out, 2015 coimbra 14:19
    Apoios do estado, a que propósito? Que impostos pagam os milhões, sem controlo, que caem no poço sem fundo desse santuário? Só no auditório, foram sugados mais de 100 milhões de euros, isto, depois de o orçamento inicial ter derrapado em dezenas de milhões, tal e qual, como é hábito na máfia estadual, nas obras e gastos públicos, a lidar com o dinheiro e o suor dos contribuintes e dos crentes.. Há que pôr o hino nacional a cantar a verdade: contrós ladrões, marchar, marchar!
  • João
    13 out, 2015 Porto 13:29
    João, das 12:53, então é porque anda muito, mas mesmo muito distraído: a Igreja tem-se pronunciado insistentemente a favor dos refugiados, e sempre a seu favor. E as instituições que mais os têm ajudado são de inspiração católica e apoiados pela Igreja. Isso é só mesmo ignorância ou vontade de chatear? E o que diz o reitor do santuário é verdade: toda a gente pede coisas aos estado, tudo quer interferir na governação ou pedir um subsídio, mas quando é a Igreja que pede a divulgação do turismo religioso, lá vêm os guardiões da suposta "laicidade" falar do Cerejeira e noutras realidades desaparecidas. Ganhem vergonha! A Igreja faz muito mais pelos desfavorecidos do que qualquer outro instituição, grupo político ou loja maçónica, é mais antiga do que o país e tem toda a legitimidade e mais alguma para falar. Pensam que isto é a 1ª república ou quê?
  • Jorge Soares
    13 out, 2015 Leiria 13:28
    Poderiam talvez começar por deixar os peregrinos de bicicleta entrar no santuário, já não digo em cima delas, mas nem ao lado deixam e nem tem local para as deixar guardadas, noutros santuários esta situação não se passa e não vejo como Fátima seja mais importante do que Santiago de Compostela ou Roma.
  • PowerVerde
    13 out, 2015 Coimbra 13:10
    Eu também tenho vergonha que em Fátima se use a religião como negócio em que a igreja se serve do povo em vez de servir o povo.
  • Joao Paulo Santos Ra
    13 out, 2015 S.Pedro do Corval 12:56
    é incrivel cabecinhas portugal é um governo laico isto não é o tempo de cerejeira e salazar. temos muitas pessoas que pertencem ao mundo dos não catolicos e são muito cristãos, mas ja acredito em tudo desde que vi padres a pedir para votar no CDS, ja acredito em tudo. As assembleias de Deus em Portugal estão bem pior sem apoios fazem muito milagres .
  • Joao
    13 out, 2015 PORTO 12:53
    Ainda não ouvi estes "santos" pronunciarem-se sobre os refugiados !!! ...
  • Porconta
    13 out, 2015 Porto 12:39
    Sou cristão, católico porque fui baptizado na igreja e frequentei a catequese fui durante anos ajudante das missas, vi e presenciei a forma como os responsáveis da igreja da minha localidade cumprem os preceitos da mesma, e concluindo sou sem margem para duvidas defensor da separação entre igreja e estado ainda mais do que é no momento pois os interesses da igreja não são os mesmos da população, a Igreja tem receitas que são mais que suficientes para promover seja o que for não tem de estar á espera que seja o estado a fazer-lho, nem para ela nem para outro qualquer culto, e a igreja devia ser mais responsabilizada pelos monumentos eguidos com o dinheiro do seus crentes a que chamam sua propriedade mas que não cuidam, e nunca dão contas aos seus crentes e pagadores. E muito mais haveria para dizer em desfavor da hierarquia da igreja em que mudam as personagens mas a prática é sempre a mesma.
  • António Pedro
    13 out, 2015 Setúbal 12:34
    O poder político e os peregrinos devem sentir vergonha é dos sucessivos escândalos e tentativas de omissão dos vários crimes tornados públicos de abusos sexuais e pedofilia por parte dos sacerdotes e membros da igreja católica... isso sim, é motivo de vergonha!!

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