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Pedro Azevedo
Opinião de Pedro Azevedo
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Pedro Azevedo

Ele há coisas!...

12 jun, 2015 • Pedro Azevedo • Opinião de Pedro Azevedo


Há um ano, a prestação portuguesa no Mundial de futebol foi um fiasco. Fernando Santos chegou com um discurso ambicioso e devolveu à selecção os bons resultados.

Um ano depois, a conclusão é a mesma: a participação portuguesa no Mundial do Brasil foi um fiasco.

E não por inadaptação ao calor de São Salvador da Baía e Manaus. É bom lembrar que os nossos adversários estavam em campo à mesma hora. A selecção falhou essencialmente devido à sobrecarga competitiva dos jogadores mais influentes, às limitações físicas de Cristiano Ronaldo e à falta de competência do grupo, como reconheceu o polémico relatório de análise da Federação Portuguesa de Futebol (FPF).

Polémico porque, depois do que se passou no Brasil, a equipa médica foi a única a sofrer consequências. A mesma federação que admitiu falta de competência e não obtenção de objectivos mínimos exigíveis reforçou os poderes do seleccionador, atribuindo-lhe a liderança do Gabinete Coordenador Técnico Nacional.

A promoção de Paulo Bento estava longe de merecer o apoio dos portugueses. A FPF começou a perceber o escrutínio dos adeptos quando não conseguiu a esgotar a lotação do jogo com a Albânia, o primeiro pós-mundial. E, durante o jogo, o divórcio consumou-se, com o golo de Balaj e uma derrota que Paulo Bento não conseguiu evitar.

O seleccionador começava a qualificação para o Europeu de 2016 com uma derrota inédita diante de uma equipa da terceira divisão da Europa. Foi afastado do cargo e ainda hoje continua no desemprego.

A FPF procurou de imediato emendar a mão e escolher um nome consensual. Fernando Santos foi uma escolha acertada porque soube voltar a casar a selecção com os portugueses.

As boas relações com todos os clubes e jogadores permitiram o regresso de alguns proscritos. Ricardo Carvalho, Bosingwa, Danny, Quaresma e Tiago voltaram ao seio da equipa das quinas. Fernando Santos chegou com um discurso ambicioso e devolveu à selecção os bons resultados. Soma três vitórias, em outros tantos jogos da fase de qualificação para o Europeu frente a Dinamarca, Arménia e Sérvia.

Sem olhar para bilhetes de identidade, Fernando Santos também mudou a forma de jogar da equipa. Reconhecendo que Portugal não dispõe de um ponta-de-lança à altura da dimensão do futebol luso, o seleccionador implementou com sucesso, o 4-4-2 – o sistema táctico que Paulo Bento usou sempre no Sporting, mas que nunca quis nos quatro anos que comandou a selecção.

Ele há coisas!...
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