O rei da Arábia Saudita decidiu enviar para o supremo tribunal o caso do blogger Raif Badawi, condenado a mil chicotadas. A informação foi avançada à BBC pela mulher do blogger, que se encontra preso desde 2012.
Raif cumpre pena por ofensas como cibercrime e apostasia. Nas suas intervenções na Internet, invocou o Alcorão para fundamentar a importância do liberalismo e deixou implícito que o Islão tem sido desvirtuado pelo regime saudita.
Na semana passada foi sujeito a 50 chicotadas e iria ser submetido esta sexta-feira a idêntico castigo.
As recomendações médicas apontam para que isso não aconteça, mas Teresa Pina, da secção portuguesa da Amnistia Internacional, não tem a certeza de que as autoridades sauditas as respeitarão.
“Tudo isto é uma coisa brutal e de grande desumanidade mas não conseguimos neste momento apurar até que ponto as autoridades da Arábia Saudita acatarão esta recomendação medica”, disse à Renascença.
A Amnistia Internacional rejeita a sentença a que foi condenado o blogger de 31 anos e a secção portuguesa tem em curso uma petição na internet que já recolheu mais de oito mil assinaturas.
“A Amnistia Internacional já tinha, e tem, uma petição, e tem por todo o mundo acções nas redes sociais, designadamente no Twitter, dirigindo-se às autoridades sauditas (…), em que se pede a libertação imediata de Raif, por entender que esta prisão não faz sentido, não cumpre as regras da lei internacional e muito menos este tipo de castigo e punição física a que ele tem estado sujeito”, acrescenta.
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