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Legionella. Vila Franca regressa à normalidade. Moradores exigem saber quem são os responsáveis

17 nov, 2014 - 13:43

Surto foi detectado a 7 de Novembro e já provocou a morte a oito pessoas, tendo infectado 317 pessoas.

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A reabertura dos equipamentos desportivos das freguesias de Vila Franca de Xira mais afectadas pela legionella trouxe alguma normalidade ao quotidiano dos moradores, que exigem agora saber quem foram os responsáveis pela propagação do surto.

Há uma semana, a Câmara de Vila Franca de Xira tinha decretado o encerramento temporário dos equipamentos desportivos das freguesias de Vialonga e da Póvoa de Santa Iria/Forte da Casa e suspendido as aulas de Educação Física como medida de prevenção ao surto de legionella detectado a 7 de Novembro e que já provocou a morte a oito pessoas, tendo infectado 317 pessoas.

Esta manhã, após uma decisão comunicada no sábado, os pavilhões e as piscinas municipais das duas freguesias foram reabertas ao público, uma medida que está a ser encarada pelos moradores como um sinal de "regresso à normalidade".

"Penso que as coisas estão a acalmar e que podemos estar mais descansados. Foram dias de muitas dúvidas e de muita preocupação. Espero sinceramente que tenham dado com o causador da doença", afirmou à agência Lusa Lurdes Sousa, moradora na freguesia de Vialonga.

Embora já em funcionamento, os pavilhões desportivos e as piscinas da freguesia registavam ao início da manhã menos afluência do que é habitual. Por seu turno, nas escolas da freguesia as aulas de Educação Física deviam ser retomadas esta segunda-feira, mas segundo disse à Lusa fonte do agrupamento de escolas de Vialonga só irão retomar na terça-feira.

Em declarações à Lusa, o presidente da junta de freguesia de Vialonga, José Gomes, explicou que, como a decisão da câmara de Vila Franca de Xira foi comunicada durante o fim-de semana, alguns professores de educação física não vinham preparados para dar aulas práticas.

Apurar responsabilidades
Contudo, o autarca afirmou que a normalidade está a voltar à freguesia, mas ressalvou que os moradores, sobretudo aqueles que foram directamente afectados pelo surto de legionella, querem "apurar responsabilidades".

"As pessoas que perderam familiares, ou amigos, ou que os têm internados no hospital, vão demorar mais tempo a recuperar. Neste momento estamos a recolher contactos e assim que possível iremos reunir com elas e com o nosso advogado para vermos o que podemos fazer em termos judiciais", apontou o autarca.

Nas freguesias da Póvoa de Santa Iria e Forte da Casa, os moradores também procuravam retomar as suas rotinas habituais, embora com alguma indinação por ainda não conhecerem "o culpado, ou os culpados", pela propagação do surto.

"Isto só terá fim quando os culpados forem condenados e castigados. Neste país toda a gente faz o que quer e nunca acontece nada", afirmou, indignada, Celeste Costa, que acompanhava os filhos às piscinas da Póvoa de Santa Iria, também reabertas hoje.

No mesmo sentido, o presidente da união de freguesias da Póvoa de Santa Iria e do Forte da Casa, Jorge Ribeiro, afirmou que a normalidade "está a regressar paulatinamente", mas que demorará mais para quem foi directamente afectado. "Foi uma coisa muito grave e houve quem perdesse familiares. Para esses irá demorar mais. Além disso, permanece a incógnita de onde terá saído este surto", sublinhou.

A bactéria legionella provoca pneumonias graves e pode ser mortal. A doença do legionário, provocada pela bactéria 'Legionella pneumophila', contrai-se por inalação de gotículas de vapor de água contaminada (aerossóis) de dimensões tão pequenas que transportam a bactéria para os pulmões, depositando-a nos alvéolos pulmonares.

O que é a legionella? Perguntas e respostas

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