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Bento XVI em Portugal

Papa alerta para actividades menos próprias dos sacerdotes

12 mai, 2010 - 19:14

Bento XVI pede "fidelidade à própria vocação", durante a celebração das Vésperas no Santuário de Fátima.

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Bento XVI pediu hoje a atenção dos sacerdotes para as actividades que "não concordem" com o que é próprio de "um ministro de Jesus". "Particular atenção vos devem merecer as situações de um certo esmorecimento dos ideais sacerdotais ou a dedicação a actividades que não concordem integralmente com o que é próprio de um ministro de Jesus Cristo", afirmou o Papa durante a homilia de celebração das Vésperas, que decorreu no Santuário de Fátima.

Perante os casos de esmorecimento e actividades menos próprias, Bento XVI apelou à fraternidade e à fidelidade. "Então é hora de assumir, juntamente com o calor da fraternidade, a atitude firme do irmão que ajuda seu irmão a manter-se de pé", disse o Santo Padre. "A fidelidade à própria vocação exige coragem e confiança, mas o Senhor quer também que saibais unir as vossas forças; sede solícitos uns pelos outros, sustentando-vos fraternalmente", explicou. 

O Papa vincou que "a principal preocupação" dos sacerdotes deve ser "a lealdade à própria vocação". "Permiti abrir-vos o coração para vos dizer que a principal preocupação de todo o cristão, nomeadamente da pessoa consagrada e do ministro do altar, há-de ser a fidelidade, a lealdade à própria vocação, como discípulo que quer seguir o Senhor”, afirmou. "A fidelidade no tempo é o nome do amor; de um amor coerente, verdadeiro e profundo a Cristo ", completou.


"Amor exclusivo" a Cristo

Durante a celebração das Vésperas, o Papa pediu aos sacerdotes um "amor exclusivo e esponsal" a Cristo. "Neste Ano Sacerdotal, já a caminho do fim, uma graça abundante desça sobre todos vós para viverdes a alegria da consagração e testemunhardes a fidelidade sacerdotal alicerçada na fidelidade de Cristo", começou por dizer a este propósito. "Isto supõe, evidentemente, uma verdadeira intimidade com Cristo na oração, pois será a experiência forte e intensa do amor do Senhor que há-de levar os sacerdotes e os consagrados a corresponderem ao seu amor de modo exclusivo e esponsal", referiu.

Bento XVI espera ainda que os sacerdotes sejam capazes de encontrar quem perpetue o seu trabalho. "Embora o sacerdócio de Cristo seja eterno, a vida dos sacerdotes é limitada", sublinhou. "Por isso mantende, dentro de vós e ao vosso redor, a inquietude por suscitar novas vocações sacerdotais entre os fiéis. A oração confiante e perseverante, o amor jubiloso à própria vocação e um dedicado trabalho de direcção espiritual permitir-vos-ão discernir o carisma vocacional naqueles que são chamados por Deus."

Aos seminaristas, o Papa pediu ânimo e um exame às próprias motivações. "A vós, queridos seminaristas, o Papa encoraja-vos a serdes conscientes da grande responsabilidade que ides assumir: examinai bem as intenções e as motivações; dedicai-vos com ânimo forte e espírito generoso à vossa formação", pediu o Santo Padre.


"Muitos dos nossos irmãos vivem como se não houvesse um Além"

Bento XVI alertou os sacerdotes para estarem atentos a quem descura "a própria salvação eterna". "Muitos dos nossos irmãos vivem como se não houvesse um Além, sem se importar com a própria salvação eterna. Os homens são chamados a aderir ao conhecimento e ao amor de Deus e a Igreja tem a missão de os ajudar nesta vocação", disse.

A propósito da salvação eterna, o Papa citou o Santo Cura D'Ars. "Temia que os sacerdotes 'se insensibilizassem' e habituassem à indiferença dos seus fiéis: 'Ai do Pastor – advertia – que fica calado ao ver Deus ultrajado e as almas perderem-se!'", relembrou Bento XVI. 

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