Há antigos combatentes a receber apenas 56 euros por ano, como suplemento especial de pensão, pelo facto de terem combatido no Ultramar em condições especiais de perigo.
Durante 13 anos, milhares de jovens foram mobilizados para uma guerra que não queriam travar. Muitos não voltaram e noutros casos, as marcas físicas e psicológicas perduram até hoje. Um massacre, na leitura do professor catedrático de História na Academia Militar, António José Telo.
Escritor considera que, na província moçambicana de Cabo Delgado, a Humanidade e a vida estão postas em causa. Mia Couto, que está a lançar o livro “O Mapeador de Ausências”, diz que o drama vivido na região é “mais grave do que a pandemia de Covid-19”.
Correspondência trocada entre unidades militares e relatórios de comandantes são alguns dos documentos que agora podem ser consultados na Biblioteca Central da Marinha, na Cordoaria Nacional.
Entre 1961 e 1973, mais de 8 mil rapazes desertaram para não irem à guerra colonial. São dados descobertos por dois historiadores de Coimbra que começaram a fazer a história de quem decidiu fugir à guerra. O tema continua a ser quase tabu. Quem se recusou a lutar em Angola, Moçambique e na Guiné atribui este silêncio ao facto de a revolução de Abril ter sido feita pelos mesmos militares que fizeram a guerra.