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TR-Encíclica Ambiente

"Não somos Deus. A terra existe antes de nós e foi-nos dada."

29 jun, 2015

1 de Setembro: um dia para rezar com o Papa pela Criação!

"Não somos Deus. A terra existe antes de nós e foi-nos dada."

"Cada comunidade", diz-nos o Papa Francisco na sua Carta Encíclica Laudato Si, "pode tomar da bondade da terra aquilo de que necessita para a sua sobrevivência, mas tem também o dever de a proteger e garantir a continuidade da sua fertilidade para as gerações futuras."


Porque somos guardiões da Terra, o convite é para celebrar a Criação. O dia 1 de setembro acaba de ser instituído pelo Papa Francisco como Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação.

Esta 3ª-feira, a Santa Sé convida a retomar as orações que o Papa escreveu no final da Encíclica, para cristãos e não só. Na Liturgia da Palavra em defesa da criação, presidida neste dia 1 de setembro pelo Papa Francisco na Basílica de São Pedro, também se rezará em português:
" Ensinai-nos a descobrir o valor de cada coisa, a contemplar com encanto, a reconhecer que estamos profundamente unidos com todas as criaturas no nosso caminho para a vossa luz infinita".


O Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação foi uma ideia ecuménica do Papa, inspirada pela sua Encíclica Laudato Si dedicada ao Ambiente. O dia era já comemorado pelos cristãos ortodoxos. Agora, a data junta todos os cristãos, crentes de outras religiões e pessoas de todo o mundo que queiram que a Terra seja a sua casa comum. Porque cuidar da criação não é coisa pouca, o Papa recomenda novas convicções, atitudes e estilos de vida… Ao alcance de todos!


Na primeira encíclica da Igreja Católica inteiramente dedicada a questões ecológicas, o Papa Francisco apela-nos a ouvir o grito da Terra e o grito dos Pobres. Porque, antes de tudo, somos nós que temos de mudar.
pequenas e grandes coisas que podemos fazer para mudar e devolver à Natureza todo o bem que ela nos proporciona. Às vezes, trata-se apenas de cumprir, até ao fim, o que nos propomos.
Na Encíclica Laudato Si, sobre o ambiente, o Papa recomenda novas convicções, atitudes e estilos de vida ao alcance de todos:

- “Se uma pessoa habitualmente se resguarda um pouco mais em vez de ligar o aquecimento, embora as suas economias lhe permitam consumir e gastar mais, isso supõe que adquiriu convicções e modos de sentir favoráveis ao cuidado do ambiente. É muito nobre assumir o dever de cuidar da criação com pequenas acções diárias, e é maravilhoso que a educação seja capaz de motivar para elas até dar forma a um estilo de vida.”

- “Evitar o uso de plástico e papel, reduzir o consumo de água, diferenciar o lixo, cozinhar apenas aquilo que razoavelmente se poderá comer, tratar com desvelo os outros seres vivos, servir-se dos transportes públicos ou partilhar o mesmo veículo com várias pessoas, plantar árvores, apagar as luzes desnecessárias… Tudo isto faz parte duma criatividade generosa e dignificante, que põe a descoberto o melhor do ser humano”.

- “Voltar – com base em motivações profundas – a utilizar algo em vez de o desperdiçar rapidamente pode ser um acto de amor que exprime a nossa dignidade.”

- “Uma boa educação escolar em tenra idade coloca sementes que podem produzir efeitos durante toda a vida. Mas quero salientar a importância central da família (…). Na família, cultivam-se os primeiros hábitos de amor e cuidado da vida, como, por exemplo, o uso correcto das coisas, a ordem e a limpeza, o respeito pelo ecossistema local e a protecção de todas as criaturas.”

- “(…) parar a agradecer a Deus antes e depois das refeições. Proponho aos crentes que retomem este hábito importante e o vivam profundamente. Este momento da bênção da mesa, embora muito breve, recorda-nos que a nossa vida depende de Deus, fortalece o nosso sentido de gratidão pelos dons da criação, dá graças por aqueles que com o seu trabalho fornecem estes bens, e reforça a solidariedade com os mais necessitados.”

- “O exemplo de Santa Teresa de Lisieux convida-nos a pôr em prática o pequeno caminho do amor, a não perder a oportunidade duma palavra gentil, dum sorriso, de qualquer pequeno gesto que semeie paz e amizade. Uma ecologia integral é feita também de simples gestos quotidianos, pelos quais quebramos a lógica da violência, da exploração, do egoísmo. Pelo contrário, o mundo do consumo exacerbado é, simultaneamente, o mundo que maltrata a vida em todas as suas formas”.

- “A participação na Eucaristia é especialmente importante ao domingo (…) O repouso é uma ampliação do olhar, que permite voltar a reconhecer os direitos dos outros. Assim o dia de descanso, cujo centro é a Eucaristia, difunde a sua luz sobre a semana inteira e encoraja-nos a assumir o cuidado da natureza e dos pobres.”

- “A participação na Eucaristia é especialmente importante ao domingo (…) a Eucaristia é, por si mesma, um acto de amor cósmico. (…) Porque mesmo quando tem lugar no pequeno altar duma igreja da aldeia, a Eucaristia é sempre celebrada, de certo modo, sobre o altar do mundo».[166] A Eucaristia une o céu e a terra, abraça e penetra toda a criação. O mundo, saído das mãos de Deus, volta a Ele em feliz e plena adoração (…)”

Porque não, para começar, escolher um dos aspectos focados, interiorizá-lo e propor-se seriamente a cumpri-lo?
Se ficou interessado sobre esta Encíclica pode lê-la na íntegra AQUI.
Se quiser, pode ainda ouvir a edição de Terra Prometida, com o padre Jorge Duarte, sobre esta Encíclica.