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21 maio

Infeções persistentes

21 mai, 2014

As infeções virais podem ser agudas ou persistentes. Nas infeções agudas o vírus invade o organismo, multiplica-se, leva à manifestação da doença, e depois acaba por ser eliminado pelo seu hospedeiro. Um exemplo comum de uma infeção aguda é a gripe.
Por outro lado, nas infeções persistentes, o vírus pode estar numa forma “dormente” no organismo, e multiplicar-se e desencadear sintomas apenas em determinados períodos. Nesse caso a doença tende a ter episódios recorrentes. O herpes é um bom exemplo deste tipo de infeções.
Há muitos fatores identificados que controlam estes dois processos, mas ainda não se percebe muito bem o que determina a persistência. Sabemos, por exemplo, que as células infetadas com vírus que causam infeções agudas são capazes de apelar ao sistema imunitário para que intervenha.
Na realidade é como se estas células expusessem um cartaz dirigido ao sistema imunitário que diz “célula a abater” e então a desinfeção pode começar. Isto não acontece nas infeções persistentes, mas se calhar é melhor assim. Na verdade alguns dos vírus ditos persistentes infectam células cuja destruição poderia ser um problema maior do que a própria infeção.
Não deixa de ser curioso que o organismo perceba quando é que não se pode dar ao luxo de combater um invasor!

*Autoria da Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica Portuguesa, no Porto.

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