Tempo
|

Meditando - 3 de Agosto

03 ago, 2015

Andar pelas ruas do meu bairro é coisa que apetece.
Encontro e reencontro este e aquele, gente que à conta da chuva ou do frio foi ficando escondida, foi ficando calada.
Foi assim que hoje encontrei o Carlos.
- Há quanto tempo!
E logo aquele abraço!
E de seguida «Tens o telefone da Clara? É que trabalho nas Famílias Anónimas e preciso de uma ajuda dela.»
Reconheci-o tal qual. Para lá do abraço, o Carlos continuava a ser aquele rapaz de causas, de vida toda entregue e talvez como dantes um rapaz sem fé.
Nessa altura, íamos juntos pelo Casal Ventoso ou andávamos pelas ruas, escada abaixo e escada acima a saber como viviam as famílias. Era preciso erguer redes solidárias.
E ele fazia sempre questão de me dizer que não tinha fé.
Hoje Te louvo, Senhor, pelo Carlos e por todos como ele.
Gente de vida dada que não tendo fé, é o Teu Reino que anunciam.
Vidas erguidas na constância e na firmeza.
Vidas que são o rosto da Fé.

Maria Teresa Frazão