31 mar, 2015
A poucos dias da celebração da Páscoa,
entra no nosso coração e na nossa cabeça
a pergunta nuclear que a todos interpela:
que vale a vida se, pura e simplesmente, acaba na morte?
Assim pensaram também os discípulos de Jesus
quando viram as suas esperanças ruírem na morte do Crucificado,
quando as forças do mal celebravam a sua vitória nas trevas da morte.
A morte – é verdade –
continua a ser aquela fronteira humana que ninguém domina
e que interpela fortemente a consistência do nosso viver.
E a esperança cristã, por mais forte que seja e deva ser,
nada retira à perplexidade humana que a acompanha.
Mas, se todos os anos os cristãos celebram a Páscoa,
é porque, no destino de Jesus, na sua morte e ressurreição,
Deus confirmou a validade da sua vida
e manifestou-se, definitivamente,
como um Deus dos vivos e não dos mortos.
Por isso – acreditam confiadamente os cristãos –
é possível e vale a pena esperar um futuro para além da morte.
José Eduarado Borges de Pinho
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