20 out, 2014
Quase nunca me lembro que o tempo vai passando, que a idade avança e tenho muita história.
Só esta bengala «que tem que ser», os pesos que não consigo carregar e debilidades outras a que procuro não ceder, me dizem que é mesmo preciso aprender a humildade.
Li na folha da Paróquia e subscrevo que «na nossa fragilidade e na dos outros existem frestas que deixam passar a luz».
E na mesma folha esta oração bem a propósito que com todos rezo.
«Consentir na ausência
como quem vai a uma festa.
Atravessar o sofrimento
como quem junta os amigos.
Contemplar o invisível
como quem descobre um rosto.
Esperar o impossível
como aguarda uma carta.
Ouvir o silêncio
como quem decifra um oráculo.
Acolher as impotências
como quem recebe um milagre.
Desenrolar a tristeza
como quem desfralda uma vela.
Apresentar as mãos vazias
como quem eleva uma taça.
Caminhar em terra árida
como quem vai a uma fonte.
Olhar a própria fraqueza
como quem descobre uma estrela»
Que assim seja.
Fique por dentro > 
