Planeta Terra esgota esta quarta-feira os recursos disponíveis para 2017
01-08-2017 - 17:06

O limite do “orçamento natural anual” tem vindo a ser atingido cada vez mais cedo, ao longo dos últimos 47 anos.

A associação ambientalista Zero revelou esta terça-feira que, a partir de dia 2 de Agosto, a humanidade atinge o limite de recursos disponíveis para 2017. No ano passado, este marco foi ultrapassado a 8 de Agosto.

De acordo com a Zero, a última vez que a humanidade utilizou os recursos do planeta de forma a que estes chegassem para o ano inteiro foi em 1970.

O limite do “orçamento natural anual” tem vindo a ser atingido cada vez mais cedo, ao longo dos últimos 47 anos.

A Zero sublinha também que Portugal contribui fortemente para estes resultados: “Se todos os países tivessem a mesma pegada ecológica do que nós, seriam necessários 2,3 planetas”.

Para os ambientalistas da Zero, as actividades humanas diárias que mais contribuem para a pegada ecológica de Portugal são o consumo de alimentos (32%) e a mobilidade (18%).

As propostas da Zero para reduzir o défice ambiental abrangem vários sectores de actividade.

Para os ambientalistas, um dos pontos fulcrais é “a extensão dos tempos de vida dos bens e equipamentos. Para sermos eficazes, teremos que mudar o paradigma de 'usar e deitar fora', para um paradigma de 'ter menos, mas de melhor qualidade'".

A aposta numa economia circular, onde "a utilização e reutilização de recursos é maximizada", deverá ser "uma prioridade transversal a todas as políticas públicas", dizem.

A promoção de uma dieta alimentar saudável e sustentável, com a redução do consumo de proteína de origem animal e um aumento significativo do consumo de hortícolas, frutas e leguminosas secas, é outra das propostas da Zero.

A associação lembra que, em Portugal, tais alterações significarão uma aproximação da balança alimentar portuguesa com o que é defendido no padrão alimentar da roda dos alimentos.

A Zero propõe ainda o investimento na mobilidade sustentável, designadamente através da melhoria das condições em que operam os transportes públicos, da disponibilização de condições e infra-estruturas que estimulem a "mobilidade suave" e da partilha do transporte (“car-sharing”).