​Defesa contra ataques informáticos
15-05-2017 - 06:15

A multiplicação dos ataques e os danos assustadores que eles poderão um dia causar exige um maior esforço das autoridades dos Estados e também uma maior cooperação entre elas.

Multiplicam-se os ataques informáticos – por motivos políticos, para extorquir dinheiro, etc. Urge reforçar as defesas.

Na sexta-feira passada cerca de 150 de países, incluindo Portugal, foram alvo de ataques informáticos a uma escala inédita. Felizmente, o nosso país não foi dos mais atingidos. Recorde-se que o Papa Francisco chegou a Fátima nesse dia e poderia estar em causa, pelo menos parcialmente, a cobertura mediática do acontecimento.

Em muitos países foram bloqueados milhares de computadores, exigindo os autores do bloqueio o pagamento de um resgate para normalizarem a situação. Não estiveram motivos políticos na origem deste ataque maciço, mas sim ganhar dinheiro.

Os ataques informáticos até agora mais falados eram de natureza política. Foi o caso dos ataques que visaram a campanha presidencial de Hillary Clinton. Provavelmente essas operações envolveram agentes russos, ou controlados por Moscovo. Mas no mega ataque de sexta-feira foram atingidos alvos russos, por isso a interferência da Rússia não terá existido neste caso.

Mesmo no final da campanha presidencial em França, a candidatura de Macron revelou que havia há semanas sofrido de um forte ataque informático. Mas a revelação não impediu Macron de ter uma vitória expressiva, superando as previsões das sondagens. Incompetência dos atacantes ou ter-se-á tratado de uma mera brincadeira de mau gosto? Não sabemos.

Mas sabemos que estamos mal preparados para ataques informA interntets informeparados se-àviscial em França, a candidatuiraProvavelmente essas ooeraçáticos. A internet permite ocultar a origem da mensagem que transmite e as operadoras resistem a revelá-la, em nome da privacidade. Daí o conflito que tem por vezes surgido quando as polícias que investigam atentados terroristas procuram, por vezes sem sucesso, conhecer a origem de uma mensagem na net ou de um telefonema.

É verdade que em algumas instituições mais prejudicadas pelo ataque informático de há três dias houve alguma negligência, ao não acatarem atempadamente avisos para instalarem dispositivos de defesa. Aconteceu, nomeadamente, no Serviço Nacional de Saúde da Grã-Bretanha, que foi forçado a transferir doentes.

A multiplicação dos ataques informáticos e os danos assustadores que eles poderão um dia causar exige um maior esforço das autoridades dos Estados – e também uma maior cooperação entre elas – para nos defender dessa ameaça. Uma estratégia global que terá de passar, inevitavelmente, por moderar o enorme poder que hoje detém as empresas tecnológicas - Google, Amazon, Facebook e Microsoft, nomeadamente.

Os ministros das Finanças e os governadores dos bancos centrais dos países do G7 (EUA, Canadá, Alemanha, Itália, Reino Unido e Japão), reunidos em Bari (Itália), prometeram reforçar a cooperação contra ataques informáticos. Veremos se as acções seguirão as palavras.