O Patriarcado de Lisboa esclarece que, “em relação à demora na execução de uma herança a confiar à Cáritas Diocesana de Lisboa, permanece toda a disponibilidade para dar garantias de ser cumprida a vontade da doadora, sob a natural responsabilidade da Cáritas Diocesana”, quer da parte da instituição, quer do economato diocesano.
O Patriarcado reage assim, em comunicado, à reportagem da televisão pública que dá conta de uma herança de três milhões de euros deixada por uma benemérita que incumbiu três amigos de cumprirem a sua última vontade. Antes da RTP, já a revista Sábado tinha publicado, na quinta-feira, uma entrevista com uma testamenteira desta herança, depois de o diário Público ter noticiado uma denúncia contra a Cáritas de Lisboa entregue no Ministério Público com origem neste caso.
A RTP falou com uma dessas pessoas, que , segundo a estação, há quatro anos trava um braço de ferro com a Cáritas e o Patriarcado de Lisboa, e que diz querer “cumprir um dever de consciência e entregar os três milhões aos pobres de Lisboa e que até hoje nunca lhe deram uma garantia de que a fortuna terá esse fim”, lê-se na notícia daquela televisão.
O comunicado do Patriarcado de Lisboa surge na sequência destas notícias e de outras que há duas semanas começaram a circular e que davam conta de alegadas irregularidades da Cáritas Diocesana de Lisboa. Sobre isso a nota sublinha, mais uma vez, que esta instituição “divulgou o seu relatório trienal (2014-2016) , com indicações de quantitativos distribuídos, superiores ao que tem aparecido nalguma comunicação social. Indica um conjunto de encargos permanentes com o funcionamento dos seus serviços e o pagamento dos respectivos profissionais. E especifica os seus projectos sociais para o futuro próximo”.
No comunicado do Patriarcado de Lisboa adianta-se que “a leitura do relatório certamente esclarecerá os interessados sobre o trabalho da Cáritas Diocesana de Lisboa, bem como sobre a razão pela qual a sua direcção mantém alguma reserva financeira: garantir a sustentabilidade dos serviços e a prossecução de projectos sociais relevantes”.
A nota sublinha ainda que as mais recentes notícias vindas a público referem-se “exclusivamente à Cáritas Diocesana de Lisboa e não à Cáritas Portuguesa ou às outras Cáritas Diocesanas, instituições autónomas ao serviço da causa comum”.