Grécia, Terror e Comércio na agenda da semana
25-04-2016 - 13:23
 • Pedro Caeiro

Negociações para novo resgate à Grécia, o acordo com a Turquia em causa no Parlamento Europeu, as audições a ministros belgas por falhas na segurança da UE e o tratado comercial UE/EUA estão em destaque na agenda desta semana.

A Grécia e os seus credores internacionais vão entrar numa fase crucial das negociações sobre a ajuda externa. Atenas deverá falar das novas medidas económicas que estará disposta a implementar em troca de novos empréstimos e alívio da dívida. Numa reunião do Eurogrupo em Amsterdão na semana passada, a Grécia e os credores deram um passo em frente no sentido de resolver divergências que vêm muito de trás e que têm atrasado o resgate ao país. Os ministros das Finanças dos países da moeda única insistem que Atenas tem de apresentar medidas de austeridade adicionais, que só serão postas em prática, caso o Governo não consiga cumprir as metas orçamentais prometidas. Se houver acordo, está agendada uma reunião de ministros das Finanças da zona euro para quinta-feira.

Entretanto, as negociações entre a UE e os EUA com vista a um acordo de livre comércio entre os dois blocos são retomadas esta semana. A reunião entre o Presidente dos EUA, Barack Obama, e a Chanceler alemã Angela Merkel em Hannover terá dado um novo impulso às negociações. Representantes da UE e dos EUA vão reunir-se em Nova Iorque esta semana, para aquela que é já a 13ª ronda de conversas. Se houver progressos, as conversas podem estender-se de segunda até sexta-feira.

Na Bélgica, o Governo está debaixo de fogo, por não ter detectado os terroristas que regressaram da Síria para levar a cabo os ataques de Paris e Bruxelas nos últimos quatro meses. Dois dos ministros envolvidos vão ao Parlamento Europeu responder a perguntas dos eurodeputados na segunda-feira. Tanto o ministro do Interior, Jan Jambon, como o da Justiça, Koen Geens, pediram demissão na altura, mas os pedidos foram recusados pelo Primeiro-ministro belga. Em causa, uma falha denunciada pela Turquia que, há vários meses, teria referenciado pelo menos um dos bombistas-suicidas, teria dado conta disso à Bélgica, mas mesmo assim, o terrorista escapou às malhas da segurança europeia devido a uma série de erros.

Ainda esta semana, o polémico acordo alcançado entre a UE e a Turquia em matéria de migração no mês passado, vai ser discutido na quinta-feira no Parlamento Europeu. Uma semana após o acordo entre as duas partes, dizia-se que o acordo parece estar a funcionar, uma vez que se verifica um declínio acentuado nas chegadas de migrantes provenientes da Turquia. Certo é que o acordo depende de a Europa conceder a isenção de visto aos turcos até final de Junho, com as autoridades turcas a ameaçar rasgar o acordo se essa promessa não se materializar. O Parlamento Europeu, que tem sido um crítico de longa data da falta de liberdade dos cidadãos e dos meios de comunicação social turcos, pode, no entanto, vetar a abolição de vistos para os cidadãos turcos.

No plano militar, o Senado norte-americano deverá nomear o general Curtis Scaparrotti como Comandante Supremo Aliado na Europa. Actualmente comandante na região das Coreias, o general diz que não abandona uma zona de tensão para assumir outra mais pacífica. Recorda as tensões existentes entre o bloco europeu e a Rússia e a crise migratória como grandes desafios a ter em conta nos próximos tempos no novo cargo. Scaparrotti diz que há uma tentativa de enfraquecer a Aliança Atlântica e as parcerias norte-americanas e europeias.