Demitiu-se o comandante nacional da Protecção Civil
14-09-2017 - 17:32

Rui Esteves abandona o cargo no dia em que foi aberto um inquérito à sua licenciatura, a pedido pelo ministro do Ensino Superior e pelo presidente do Politécnico de Castelo Branco.

O comandante nacional da Protecção Civil, Rui Esteves, demitiu-se esta quinta-feira, avança a RTP. A informação foi, entretanto, confirmada pelo Ministério da Administração Interna.

O pedido de demissão já foi aceite pelo secretário de Estado da Administração Interna, Jorge Gomes.

"O Comandante Operacional Nacional (CONAC) da Autoridade Nacional de Protecção Civil, Rui Esteves, apresentou hoje, dia 14 de Setembro, ao secretário de Estado da Administração Interna, Jorge Gomes, o pedido de cessação da comissão de serviço, o qual foi já aceite", refere uma nota do Ministério da Administração Interna.

O MAI adianta que o lugar de CONAC vai ser assumido interinamente pelo actual segundo comandante operacional nacional, tenente-coronel Albino Tavares.

Rui Esteves abandona o cargo no dia em que foi aberto um inquérito à sua licenciatura, a pedido pelo ministro do Ensino Superior e pelo presidente do Politécnico de Castelo Branco.

O curso do comandante na Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Castelo Branco foi concluída com 32 equivalências num total de 36 unidades curriculares que compõem o curso, avançaram esta quinta-feira o jornal "Público" e a RTP.

De acordo com a informação, as equivalências tiveram por base experiência profissional e cursos de formação.

Em resposta ao jornal Público, Rui Esteves afirmou que "fez tudo em conformidade com a lei vigente" e que as equivalências pedidas têm por base a formação que fez "ao longo de 30 anos de carreira".

O comandante da Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC) enfrenta ainda um processo disciplinar pela Inspecção-Geral da Administração Interna (IGAI), ordenado na sexta-feira pela ministra da Administração Interna. Em causa está uma alegada acumulação de cargos noticiada pela RTP.

No cargo desde Janeiro, o mandato de Rui Esteves à frente da Protecção Civil fica marcado pela tragédia de Pedrógão Grande, em que 64 pessoas morreram num incêndio de grandes dimensões.