Queda de dois anjos
20-03-2017 - 06:15

O empate do Benfica em Paços de Ferreira acabou por não causar grande surpresa. E eis senão quando, o FC Porto se deixou surpreender no seu estádio pelo V. de Setúbal.

Já voam nas nuvens do título há muito tempo. Porque o Sporting abandonou cedo a luta que antes tinha adoptado como sua na perspectiva de finalmente se tornar campeão nacional, Benfica e Futebol Clube Porto não têm dado possibilidades àquele seu rival de sempre de voltar a colocar-se na grelha de candidatos.

Daí que a 'vox populi' há muito tenha passado a referir, e bem, apenas duas equipas como prováveis protagonistas das festividades que lá para finais de Maio hão-de consagrar o campeão.

O comportamento de ambos tem, aliás, reforçado essa ideia, mesmo considerando haver alguma discrepância no actual comportamento de benfiquistas e portistas.

De um lado, o Benfica, ainda que conseguindo manter a liderança, a manifestar claramente um estranho decréscimo na sua qualidade do seu jogo.

Mesmo vencendo, a formação de Rui Vitória, tem vindo a instalar justificadas preocupações entre os seus prosélitos, aumentadas, aliás, por se verificar que a escalada do conjunto de Nuno Espírito Santo tem assentado numa melhoria visível, que sempre parecera difícil de alcançar.

O empate do Benfica em Paços de Ferreira acabou por não causar grande surpresa. A equipa estava a baixar e disso eram prova evidente algumas das suas últimas exibições.

E, na refrega do deslize, houve logo quem mergulhasse na convicção segundo a qual esta cedência abria caminho aos dragões na corrida final para o título.

Só que a (grande) surpresa estava para acontecer. E eis senão quando, o FC Porto se deixou surpreender no seu estádio pelo Vitória de Setúbal, fazendo regressar todas as conjecturas e debates à sua forma inicial.

Volta assim a tomar fôlego a embalagem do Benfica, enquanto do outro lado passou a registar-se um certo esvaziamento.

O próximo Benfica-Porto, aprazado para o dia 1 de Abril, tem a partir de agora um inevitável enquadramento diferente.

Será que vai dissipar todas as dúvidas ou, ao contrário, vai dar-lhes uma dimensão ainda mais forte? Temos agora 15 dias para repousar sobre esta interrogação.