​Mais de 150 eventos fazem Lisboa, a Capital Ibero-Americana de Cultura
19-10-2016 - 02:02
 • Maria João Costa

Arranca a 7 de Janeiro de 2017 a programação da Lisboa, Capital Ibero-Americana de Cultura. Ao longo do próximo ano, sob o tema “Passado e Presente”, haverá exposições, concertos, teatro, dança e colóquios para ver e ouvir.

O arranque da capital ibero-americana de cultura será a 7 de Janeiro de 2017, às 17h00, no Padrão dos Descobrimentos em Lisboa com uma exposição do artista mexicano Demián Flores, intitulada “Al final del paraiso”. A partir daí, disse a vereador da cultura, Catarina Vaz Pinto, na apresentação, há uma “programação intensa e diversificada que vai invadir Lisboa”.

A programação tem como temática a ideia do “Passado e Presente”. Foi pensada pelo coordenador de programação António Pinto Ribeiro e assenta em quatro eixos: a questão indígena, a afro-descendência, as migrações e a criação contemporânea. Durante um ano, Lisboa vai acolher um evento que, segundo Pinto Ribeiro, quer gerar “massa crítica”.

No cartaz há exposições, teatro, concertos, espectáculos de dança, colóquios, mas também eventos de gastronomia. Serão mais de centena e meia de actividades em que vão participar centenas de artistas, produtores, professores e divulgadores de cultura. Esta é a segunda vez que Lisboa é Capital Ibero-Americana da Cultura. A primeira vez, coincidiu com Lisboa - Capital Europeia de Cultura, em 1994.

O que pode ver

São muitos os eventos entre os quais estão, por exemplo, no Museu da Fundação Arpad Szenes Vieira da Silva uma exposição que vai mostrar o espólio fotográfico de Armindo Cardoso, um português que saiu do país em 1965 por motivos políticos e cujos quatro mil negativos a preto e branco estiveram enterrados durante três meses num jardim da casa em Santiago do Chile e que nunca antes foram vistos pelo público.

A exposição abre a 4 de Março. Também o novo Museu da Arte, Arquitectura e Tecnologia (MAAT) acolhe uma exposição de um artista mexicano. Héctor Zamora vai ocupar a sala oval do museu recém-inaugurado com a exposição “Ordem e Progresso”, a partir de 28 de Março. De Espanha virá para o Torreão Nascente da Cordoaria Nacional, entre Setembro e Dezembro de 2017, uma exposição com o espólio da colecção de arte contemporânea da “La Caixa”.

Há também teatro para ver. Da Argentina vem, por exemplo, Daniel Veronese, que vai apresentar no São Luiz Teatro Municipal a peça “Vigilia de noche”, a 13 e 14 de Maio.

A Companhia Nacional de Bailado junta-se a esta Capital com uma coreografia de Israel Gálvan, o coreógrafo de Sevilha vai criar um novo bailado a apresentar de 16 a 19 de Novembro.

A programação inclui também colóquios e uma conferência internacional sobre “Ditadura e Democracia – transições e políticas da memória no espaço ibero-americano”. É uma organização do Museu do Aljube que vai acontecer no São Luiz Teatro Municipal, entre 28 e 29 de Outubro.

Já a partir de Janeiro haverá nas ruas de Lisboa um roteiro ibero-americano, onde é feito um levantamento da toponímia, ou seja dos nomes das ruas que espelham a memória da cidade e da sua ligação com países ou heróis de países ibero-americanos.

Além da programação pensada a partir da autarquia de Lisboa, que organiza esta Capital Ibero-americana, há muitos exemplos de instituições privadas e do Ministério da Cultura que se associam a este festival que, segundo o autarca Fernando Medina, é uma “iniciativa certa, no tempo certo” e que marca o “regresso a elementos da origem e a traços da identidade de Lisboa”. Já segundo o ministro da Cultura, Castro Mendes, esta capital “vai acrescentar saber dos dois lados do Atlântico”.