​Os refugiados e o ensino superior
05-04-2018 - 10:22

Partindo da iniciativa pioneira de J. Sampaio, surge um movimento internacional para promover o ensino superior dos refugiados.

A resposta europeia à crise dos refugiados foi frustrante – não existiu. Cada país procedeu como entendeu, sendo que alguns países membros da UE se recusaram a receber um único refugiado. Mas há algumas exceções positivas.

Uma delas foi a iniciativa lançada em 2013 pelo ex-presidente português Jorge Sampaio de proporcionar a jovens sírios refugiados prosseguirem na Europa os seus estudos universitários. Com base na experiência colhida nesse programa, realiza-se hoje na Fundação Gulbenkian, em Lisboa, uma conferência internacional para alargar a iniciativa de J. Sampaio.

Trata-se do Mecanismo de Resposta Rápida para a Educação Superior em Situações de Emergência e de Sociedades Afetadas por Conflitos. É um longo nome e uma complexa multiplicidade de tarefas. Envolverá, numa plataforma multilateral, a comunidade académica, entidades filantrópicas, o sector privado, instituições de ajuda humanitária e de apoio ao desenvolvimento, e decisores políticos ao nível nacional, regional e local.

É um esforço para reunir esforços e recursos de múltiplas origens, partido do princípio de que a educação superior dos refugiados deve ser encarada como uma prioridade em situações de crise. Prioridade que, até aqui, não tem sido devidamente reconhecida, o que se traduz numa grande escassez de fundos. Ora um estudo do Banco de Mundial calcula que o aumento médio de um ano na educação superior em África poderia fazer subir 12% o rendimento médio por cabeça dos africanos.

Para Portugal é uma honra que este grande esforço internacional parta da obra pioneira de um político português.