Patrão fora...
29-03-2017 - 06:35

“Saiu o patrão e a selecção portuguesa ficou à deriva”.

A expressão, proferida aos microfones da SIC, partiu de um espectador após o encontro entre Portugal e a Suécia, no estádio dos Barreiros, no Funchal, e resume de forma muito clara aquilo que acabou por justificar a derrota da nossa selecção por 3-2, depois de ter conseguido um avanço de dois golos enquanto Cristiano Ronaldo permaneceu em campo.

Tratou-se de um jogo particular, mas nem por isso deixava de envolver pesada responsabilidade para os campeões da Europa.

Utilizando uma formação inicial distante daquela que vencera a Hungria três dias antes, e com muitas mudanças logo no começo da segunda parte, Fernando Santos não lhe retirou por isso a responsabilidade contraída em França, no passado mês de Julho.

No primeiro tempo, a formação portuguesa exibiu futebol de qualidade, justificando chegar ao intervalo em vantagem sobre a selecção nórdica.

Porém, na segunda parte, as coisas não correram da mesma maneira. Os suecos, sentindo que poderiam alterar a corrente do jogo, começaram paulatinamente a crescer, acabando por marcar três golos e assim dar a volta ao resultado.

O desfecho é justo, mas não é um drama. Mesmo assim, Fernando Santos mostrou-se insatisfeito, e não deixará de transmitir a sua insatisfação aos jogadores logo que a oportunidade surja, e não será seguramente daqui por muito tempo.

A festa na Madeira foi bonita e dela avulta a apoteótica recepção proporcionada ao seu filho mais dilecto. É que nem a derrota retirou dos semblantes dos madeirenses uma enorme alegria por terem visto na sua terra, pela primeira vez, a este nível, o melhor jogador do mundo.

Que, neste caso, foi de novo o patrão de serviço. Só que o patrão meteu folga na segunda parte, e as consequências ficaram à vista.